Costa pede "mais atividade física" para "menos encargos" no SNS - TVI

Costa pede "mais atividade física" para "menos encargos" no SNS

  • LCM
  • 4 jun 2018, 20:34
António Costa

Bloco de Esquerda quer SNS gratuito, fim de taxas moderadoras e recursos necessários para a saúde

O primeiro-ministro apelou hoje à "mobilização de todos" para aumentar a atividade física em prol de "mais qualidade de vida" e "menos encargos para o funcionamento do Serviço Nacional de Saúde" (SNS).

António Costa falava na Cidade do Futebol, na Cruz Quebrada, Oeiras, na sessão de lançamento do plano da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a promoção da atividade física no período 2018-2030.

O chefe do Governo assinalou que o SNS "requer investimento", mas "requer, acima de tudo, mais hábitos de vida saudáveis", para que as pessoas precisem "menos de utilizar o Serviço Nacional de Saúde".

"A atividade física é absolutamente essencial para a qualidade da saúde", acentuou, sublinhando que as pessoas "vivem mais anos", mas com "menos saúde".

O primeiro-ministro apontou como "desafio aliciante e simples" o fazer de cada rua um modelo de "vida ativa saudável", com os residentes a poderem usar mais ciclovias ou transportes públicos.

Para António Costa, é necessário "reinventar a forma de vida", e "aumentar a atividade física" implica a "mobilização de todos" para se ter "mais qualidade de vida" e, com isso, gerar "menos encargos para o funcionamento do Serviço Nacional de Saúde".

"Todos estamos convocados para sermos mais ativos", vincou.
 

Bloco quer SNS gratuito, fim de taxas moderadoras e recursos necessários para a saúde

O BE propõe, na nova Lei de Bases da Saúde, que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) passe a ser gratuito, que sejam abolidas taxas moderadoras e que o Estado faculte os recursos necessários e não apenas os disponíveis.

A coordenadora do BE, Catarina Martins, anunciou hoje o debate na Assembleia da República sobre a nova Lei de Bases da Saúde para o dia 22 de junho, avisando que tem de ser aprovada agora na generalidade para poder avançar nesta legislatura e que a melhor homenagem que se pode fazer ao fundador do PS e 'pai' do Serviço Nacional de Saúde, António Arnaut, é fazer uma nova lei.

De acordo com a lei em vigor, no capítulo relativo ao SNS, estabelece-se que este é “tendencialmente gratuito para os utentes, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos”, mas o BE vai mais longe e quer que este passe a ser “gratuito para os utentes, nos termos da Constituição da República”, sendo "geral quanto à prestação integrada de cuidados globais" e mantendo-se "universal quanto à população abrangida".

Nos princípios gerais da Lei de Bases da Saúde está previsto que “o Estado promove e garante o acesso de todos os cidadãos aos cuidados de saúde nos limites dos recursos humanos, técnicos e financeiros disponíveis”, tendo o deputado do BE Moisés Ferreira criticado esta “subordinação da saúde ao orçamento ou a estratégias orçamentais”.

Assim, os bloquistas propõem o contrário, ou seja, que o Estado promova e garanta estes cuidados através do SNS, “dotando os serviços públicos de saúde dos recursos humanos, técnicos e financeiros necessários ao cumprimento das suas funções e objetivos”.

Outra das principais alterações a este diploma prende-se com as taxas moderadoras, que atualmente “podem ser cobradas” e “constituem também receita do Serviço Nacional de Saúde”.

O BE, no seu projeto de lei, determina que “estão isentos de pagamento de qualquer taxa todos os cuidados prestados no domínio dos cuidados de saúde primários e nos serviços de urgência e emergência, incluindo o transporte do doente”.

A lei pode prever, no entanto, “a cobrança de taxa moderadora nas prestações de saúde realizadas em unidades do SNS ou por este convencionadas que não tenham sido prescritas ou requisitadas por médico ou outro profissional de saúde competente para o efeito”.

Moisés Ferreira anunciou, na mesma conferência de imprensa, a intenção de acabar com as parcerias público-privadas no setor da saúde e, na nova Lei de Bases que o BE apresenta é eliminada a referência ao apoio ao setor privado “de prestação de cuidados de saúde, em função das vantagens sociais decorrentes das iniciativas em causa e em concorrência com o setor público”.

O BE sugere assim uma base intitulada “Natureza da prestação privada”, na qual estabelece que a prestação de cuidados de saúde por entidades privadas “obedece aos princípios da livre iniciativa, com salvaguarda das regras que regulam a concorrência e o mercado”.

“A iniciativa privada, sem ou com fins lucrativos, no domínio da prestação de cuidados de saúde, é complementar do setor público de saúde, nomeadamente, da atividade desenvolvida pelo SNS, não podendo concorrer nem conflituar com os prestadores públicos”, concretizam os bloquistas.

No que concerne ao “Estatuto dos profissionais de saúde do Serviço Nacional de Saúde”, o BE acrescenta um ponto à atual lei para estes tenham “direito à sua carreira profissional e à consequente progressão na carreira”.

Continue a ler esta notícia