António Costa, no papel de secretário-geral do Partido Socialista, terminou uma entrevista que tinha acedido dar à Rádio Renascença, após insistência do repórter Hugo Monteiro com os cenários autárquicos no concelho do Porto, onde o PS se predispôs a apoiar o atual o presidente Rui Moreira e acabou por avançar com a candidatura de Manuel Pizarro, líder da federação distrital socialista, que tem sido o número dois da autarquia nos últimos quatro anos.
Esta entrevista é melhor fazer ao Manuel Pizarro. Está concluída! Muito obrigado.
- Deixe-me, deixe-me...
- Está concluída! Obrigado"
Este foi o diálogo final com que António Costa pôs fim à conversa ocorreu na quarta-feira à noite, no carro do secretário-geral do PS, na viagem entre a Maia e o Porto, após o primeiro-ministro ter sido confrontado com protestos de professores e enfermeiros.
A entrevista de António Costa à Renascença era a última das que a estação de rádio pediu ais principais líderes partidários, sendo que o secretário-geral do PS acedeu a falar no carro, na noite quarta-feira.
Professores e enfermeiros
Durante a entrevista à Renascença, António Costa foi confrontado com os protestos com que se tinha deparado momentos antes, da parte de professores - por causa dos concursos e colocações - e de enfermeiros, que recentemente fizeram greve e prometem novas paralisações por questões ligadas às carreiras profissionais.
As negociações com os enfermeiros têm vindo a decorrer normalmente no Ministério da Saúde e é lá que devem decorrer e não à porta de acções partidárias. Quanto aos professores foram colocados em escolas para as quais concorreram, não estão satisfeitos com a colocação, têm direito a reclamar, podem reclamar, mas não podem naturalmente ter uma solução administrativa que prejudique os outros colegas que foram ao mesmo concurso e que ficaram colocados na frente deles”, respondeu António Costa.
No excerto que a Renascença colocou no ar e na sua página na internet, a entrevista fica mais tensa com a questão autárquica do Porto, onde António Costa irá encerrar a campanha.
Rui Moreia, que se recandidata, sem maioria absoluta, governou a autarquia nos últimos quatro anos como o apoio do PS e do vereador Manual Pizarro. Quando os socialistas se preparavam para apoiar a recandidatura, divergências sobre a colocação de nomes na lista levaram a que o presidente independente pusesse cobro a qualquer entendimento.
Manuel Pizarro voltou assim a encabeçar a lista do PS à Câmara do Porto e as mais recentes sondagens até o colocam taco-a-taco com Rui Moreira.
Porto azeda entrevista
Mais do que a possibilidade em aberto da candidatura de Pizarro à Câmara do Porto ser bem sucedia, António Costa acabou com a conversa com a Renascença por causa dos hipotéticos cenários de alianças pós-eleitorais que o candidato venha a negociar. Eis o discurso, transcrito pela rádio, que também divulga o som da entrevista.
- Se não houver uma maioria absoluta, o PS está disponível para voltar a conversar com Rui Moreira?
- Esses assuntos tem de perguntar ao candidato Manuel Pizarro, eu não falo sobre os assuntos da concelhia.
- O candidato tem estado muito próximo de algumas posições do candidato do PSD...
- Não vou falar sobre esse assunto!
- Nem uma solução como a que suporta o Governo?
- Esta entrevista é melhor fazer ao Manuel Pizarro. Está concluída! Muito obrigado.
- Deixe-me, deixe-me...
- Está concluída! Obrigado".