Costa: Portugal andou «muitas décadas para trás» - TVI

Costa: Portugal andou «muitas décadas para trás»

António Costa [Foto: Lusa]

Líder do PS aponta como exemplos a produção de riqueza, o emprego e o investimento privado

O líder do PS, António Costa, afirmou, este sábado, em Barcelos, que Portugal, nos últimos quatro anos, andou «muitas décadas para trás», apontando como exemplos a produção de riqueza, o emprego e o investimento privado.

Segundo António Costa, a riqueza que o país produz está ao nível de 2003, a população atualmente empregada é igual à de 1996, o investimento caiu para um nível semelhante ao de há três décadas.

«Em quatro anos, andámos muitas décadas para trás», referiu.


Apontou ainda os números da emigração, que «não eram tão elevados desde 1966».

Mas para o secretário-geral socialista, «o indicador mais grave» do «retrocesso» registado em Portugal nos últimos quatro anos é «o grande aumento da pobreza», nomeadamente a pobreza infantil e juvenil, com «31% dos portugueses dos 0 aos 18 anos abaixo do limiar da pobreza».

Por isso, Costa voltou a criticar a afirmação da ministra das Finanças «Portugal tem os cofres cheios», acusando o Governo de «descolar» da realidade.

«Uma sociedade não está cheia de nada se houver pessoas a viver sem dignidade», referiu.


Recebido em Barcelos com bombos, em tom de pré-campanha eleitoral, com uma arruada pela cidade, António Costa apelou à mudança nas próximas legislativas, dizendo que o atual Governo "não tem emenda, não tem cura e não tem perdão".

Classificou mesmo o executivo de Pedro Passos Coelho como «o Governo do passa culpa», por «nunca assumir responsabilidades de nada», seja do «caos» do início do ano letivo ou dos hospitais no pico da gripe, seja da «completa paralisação» dos tribunais por causa do colapso da plataforma Citius, seja no caso da alegada lista dos contribuintes VIP.

Para Costa, a política do atual Governo «falhou» porque «não olhou para os problemas com pragmatismo mas sim com radicalismo ideológico».

Um radicalismo que, acrescentou, o levou, sempre em nome do «grande objetivo» de redução da dívida, a «esmagar» a função pública, a cortar nas ajudas sociais, a aumentar as taxas moderadoras, a operar a quarta maior redução de salários de toda a União Europeia e a implementar uma carga fiscal «recorde» em Portugal.

«Mas realidade é que hoje, apesar de todos os sacrifícios, devemos mais do que devíamos», acentuou.

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