O presidente da Câmara de Lisboa reafirmou esta segunda-feira a necessidade de o Governo esclarecer a autarquia sobre a estratégia de gestão de esquadras e sublinhou que irá defender os interesses dos lisboetas, «incomode a quem incomodar», avançou esta segunda-feira a agência Lusa.
O autarca socialista e ex-ministro da Administração Interna reuniu hoje com a governadora civil de Lisboa, Dalila Araújo, a quem transmitiu a condenação da autarquia pelo fecho de esquadras na cidade e expôs a disponibilidade da Câmara em ceder instalações na Praça de Espanha para a PSP instalar uma esquadra que substitua as encerradas no Rego e Avenida João Crisóstomo.
«Eu sou presidente da Câmara de Lisboa, represento os lisboetas e a defesa dos interesses da cidade de Lisboa. Incomode a quem incomodar o meu dever é defender os interesses dos lisboetas», afirmou António Costa aos jornalistas, após o encontro com Dalila Araújo.
O autarca desvalorizou o facto do contacto da autarquia ter-se realizado com a governadora civil e não com o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, alegando que a governadora civil é o «canal normal entre os municípios e o Estado».
Uma posição corroborada por Dalila Araújo, que afirmou que esta não é uma situação «inédita», sendo «frequente» o contacto do Governo Civil com os autarcas, em diversas matérias, nomeadamente segurança.
Questionado sobre a existência de um prazo para o Estado se pronunciar sobre as instalações cedidas pela autarquia na Praça de Espanha para acolher uma esquadra da PSP, Costa disse que não faz «ultimatos» à governadora civil.
«Não faço ultimatos à senhora governadora civil, que decerto responderá o mais rapidamente possível, é uma mulher muito despachada», afirmou.
Zonas da cidade com elevada concentração de esquadras
Segundo António Costa, Dalila Araújo comprometeu-se a «estudar junto do Ministério» da Administração Interna as matérias expostas durante o encontro.
Na reunião, o autarca referiu ter reafirmado a necessidade do Estado transmitir à autarquia a estratégia de policiamento de proximidade e de gestão da rede de esquadras da cidade.
«Para que os problemas não vão sendo colocados em função das condições de salubridade das esquadras, mas envolvam um planeamento», disse, numa referencia à falta de condições da esquadra do Rego, que ditou o seu encerramento sem que fosse substituída por outro equipamento.
António Costa referiu que há zonas da cidade com elevada concentração de esquadras, como a Baixa, e outras com carência daqueles equipamentos.
«Sempre entendi que policiamento de proximidade não é uma esquadra em cada esquina, mas mais polícia na rua. O que temos de garantir é mais polícia na rua», acrescentou.
Costa transmitiu igualmente à governadora civil a «urgência» de a esquadra da Alta de Lisboa ser «dotada dos meios efectivos para o exercício de uma função policial efectiva».
O presidente da Câmara quer ainda do Governo respostas quanto à instalação da PSP num imóvel cedido pela autarquia, o Palácio da Folgosa, na Rua da Palma, que continua por cumprir, bem como a transferência do Comando Metropolitano para Marvila, em terrenos cedidos pelo município.
O cumprimento da resolução de Conselho de Ministros que transfere para as Polícias Municipais de Lisboa e Porto competências de fiscalização de trânsito é outra das exigências de António Costa que foi transmitida a Dalila Araújo.
Costa questiona Governo sobre fecho de esquadras
- Redação
- AP
- 9 mar 2009, 20:01
Lisboa: autarca defende interesses da população «incomode a quem incomodar»
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