À saída de uma fábrica de conservas, em Mira, Costa demorou a reagir aos jornalistas concretamente sobre o comunicado da Comissão Europeia, que fala apenas num "impacto pontual".
"Mais do que dos números, o mais importante, insisto, do que a consequência financeira é a questão da credibilidade e do relacionamento do primeiro-ministro com os portugueses"
O comunicado da Comissão Euopeia afasta a necessidade de novas medidas de austeridade, mas para António Costa "só demonstra que há muita coisa que o governo tem de explicar". E uma delas é precisamente essa:
Costa voltou a insistir que as contas que governo apresentou em Bruxelas, e no qual assenta o seu programa eleitoral, "ruíram como um castelo de cartas". É que com o défice de 2014 afinal foi de 7,2% e o do primeiro semestre deste ano de 4,7%. Ora, o Governo propõe-se a fechar 2015 nos 2,7%, saindo do procedimento de défices excessivos."Primeiro, se tem ou não tem consequências na necessidade de aplicação de medidas extraordinárias; segundo:vamos ou não vamos ter consequências relatvamente também ao défice de 2015? Tem ou não consequências relativamente à trajetória da dívida?"
Se vier a liderar o país, o secretário-geral do PS terá este dossiê em mãos, uma vez que a venda foi adiada para 2016. Garante que não precisa de rever "nada" do seu programa eleitoral de modo a acomodar os efeitos do Novo Banco porque, diz, ao contrário da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP), as suas previsões não assentaram "em fantasias". Mas não respondeu sobre o que fará com o banco, incluindo se o nacionaliza ou não.
António Costa foi ainda questionado sobre o impacto da não venda do Novo Banco no BPI e o facto de o Banif estar bastante sobre alçada do Estado, mas não respondeu. Disse apenas que tudo o que acontece no sistema financeiro, tem impacto na economia e afeta os contribuintes.