O primeiro-ministro admitiu esta quinta-feira que está em cima da mesa a hipótese de prolongar o estado de emergência em Portugal, numa altura em que os números diários de covid-19 continuam preocupantes.
Em conferência de imprensa após a realização do Conselho de Ministros, António Costa afirmou que "é impensável não pensar num novo estado de emergência", relembrando que essa prorrogação terá de ser pedida pelo Presidente da República.
O chefe do executivo apresentou as últimas conclusões da reunião do Governo, que decidiu aumentar a lista de concelhos considerados de alto risco de transmissão de covid-19 para 191. São mais 77 autarquias que passam a estar debaixo do regime de estado de emergência a partir de segunda-feira, sendo que sete municípios deixam de pertencer à lista a partir desta sexta-feira.
Veja a lista de concelhos considerados de alto risco de transmissão de covid-19.
O primeiro-ministro defendeu que deve haver uma diferenciação das medidas aplicadas nos concelhos com maior taxa de incidência de covid-19 caso o estado de emergência seja prolongado a partir de 24 de novembro.
No próximo Conselho de Ministros teremos naturalmente a oportunidade de apreciar, se for essa a intenção do senhor Presidente da República, a necessidade de prolongar o estado de emergência", declarou o primeiro-ministro.
Nessa altura, de acordo com António Costa, sem reduzir a intensidade das medidas, o Governo entende que se deverá introduzir "uma diferenciação das medidas" no conjunto dos municípios mais atingidos pela pandemia.
Sendo o critério o conjunto de novos casos superior a 240 pessoas por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, a verdade é que a realidade é muito diversa no conjunto dos atuais 191 concelhos nestas circunstâncias. Temos concelhos que estão pouco acima dos 242, mas também temos um concelho, que é o que tem maior taxa de incidência, que tem 3,698 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias", justificou o líder do executivo.
António Costa acrescentou que "é necessário adequar e ajustar as medidas à gravidade específica da situação nestes diferentes concelhos".
E, por isso, foi solicitado à senhora ministra da Saúde [Marta Temido] que através da Direção-Geral da Saúde (DGS) proponha um escalonamento do diferente grau de medidas que deve ser adotado no conjunto destes concelhos a partir de 24 de novembro", disse.