Covid-19: Costa considera prematuro aligeirar restrições na Área Metropolitana de Lisboa - TVI

Covid-19: Costa considera prematuro aligeirar restrições na Área Metropolitana de Lisboa

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  • 10 jul 2020, 15:45
António Costa fala no final de uma reunião com o presidente da Câmara de Loures

Primeiro-ministro esteve reunido com o presidente da Câmara de Loures

O primeiro-ministro defendeu hoje que está a resultar a metodologia de combate à Covid-19 nas zonas da Área Metropolitana de Lisboa mais atingidas pela pandemia, mas considerou "prematuro" aligeirar as medidas de contenção da pandemia.

António Costa assumiu esta posição no final de uma reunião de hora e meia com o presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares, sobre o combate à pandemia da Covid-19, na qual esteve acompanhado pela ministra da Saúde, Marta Temido, e pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, também coordenador do Governo para a região de Lisboa e Vale do Tejo.

Tal como já tinha observado em Sintra e na Amadora na quarta-feira, a metodologia [de combate à covide-19] colocada em prática está a provar bem, porque se conseguiu estabilizar em Loures o número de novos casos [de infeção] e há uma tendência decrescente de casos ativos, o que nos dá confiança em relação ao caminho seguido", sustentou o líder do executivo.

No entanto, de acordo com António Costa, "mantém-se uma necessidade de seguir este caminho, procurando reforçar as equipas de forma a conservar um trabalho de proximidade".

A metodologia de integrar equipas multidisciplinares, com um trabalho de proximidade com as famílias e populações, tem sido muito positivo", insistiu, após elogiar o papel dos autarcas nessa "articulação" de esforços.

Logo a seguir, porém, António Costa considerou "prematuro antecipar o estado de classificação que foi feito no início deste mês", designadamente em relação às 19 freguesias mais atingidas na Área Metropolitana de Lisboa.

Vamos continuar a trabalhar, mas estamos numa fase completamente distinta daquela que estávamos em março, quando o desafio era o de travar o crescimento exponencial. Depois, procurou-se reduzir a pandemia para uma situação de controlo. Ora, essa situação está hoje sob controlo em todo o território nacional", advogou.

Porém, de acordo com o primeiro-ministro, "não se pode desvalorizar o facto de em alguns locais muito precisos haver uma taxa de incidência ainda bastante elevada".

Conseguiu-se aí estabilizar e reduzir o número de novos casos ativos, mas seria prematuro estar a aligeirar as medidas nestes territórios. Penso que isso é consensual entre todos, incluindo os presidentes de câmaras. Mas segunda-feira faremos uma avaliação global, porque estamos perante um processo dinâmico", justificou.

Questionado sobre o facto de o surto em Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, estar já a motivar que autarcas espanhóis peçam o encerramento de fronteiras, António Costa defendeu que a situação preocupante existente em lares "não significa uma expansão da pandemia na comunidade".

Não aconteceu qualquer situação generalizada. Acontece sim uma situação de enorme gravidade num lar em concreto, que tem uma grande incidência estatística, mas que não significa uma situação generalizada no conjunto do território", disse.

Em relação ao conjunto do país, de acordo com o primeiro-ministro, "a situação é tranquila, sem prejuízo de uma realidade que todos devem ter presente".

Até haver vacina o vírus vai continuar a estar por aí", acrescentou.

 Bernardino Soares aponta progressos em Loures mas fala em “dispersão” nos novos casos

O presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares, considerou hoje que se estão a quebrar cadeias ativas de transmissão da Covid-19 nas zonas mais atingidas do seu município, mas advertiu que há uma "dispersão" na deteção de novos casos.

Desde o início de junho, estamos a utilizar este modelo de equipas mistas entre saúde, segurança social e autarquia - um modelo que tem dado os seus resultados. Temos vindo a quebrar o número de casos ativos dos focos mais importantes registados no início do mês de junho", defendeu.

O ex-líder parlamentar do PCP considerou mesmo que se tem registado "uma quebra muito acentuada em alguns casos em resultado desse trabalho efetuado".

No entanto, o presidente da Câmara de Loures deixou também a seguinte advertência: "Em simultâneo há uma maior dispersão de casos por todo o território".

Não estou a falar de focos mais preocupantes, mas de uma forma mais dispersa em termos de incidência da pandemia. É uma alteração em relação àquilo que tínhamos no início de junho", justificou.

Bernardino Soares salientou também que, para se conservar a tendência da redução de casos, "impõe-se manter o esforço ainda durante muito tempo".

Transmitimos essa mensagem ao Governo de que é essencial capacidade das equipas para continuarem a fazer este trabalho ao longo de todo o verão e de chegarem ao início do inverno com condições para o controlo da pandemia e dos seus efeitos na comunidade", acrescentou.

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