Covid-19: "O vírus não pode ser a nossa prenda de Natal", alerta Costa - TVI

Covid-19: "O vírus não pode ser a nossa prenda de Natal", alerta Costa

O primeiro-ministro anunciou, numa declaração ao país, as medidas de combate à covid-19 que estarão em vigor durante os períodos de Natal e de Passagem de Ano

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou este sábado que as medidas restritivas "têm produzido efeitos" nos últimos dias, mas que estas continuam a ser necessárias para combater a pandemia de covid-19.

Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, na qual foram definidas as medidas de enquadramento para o Natal e o Ano Novo, António Costa alertou que o número de internados continua "extremamente elevado", assim como os números de internados nos cuidados intensivos e o número de óbitos.

Por essa razão, o Governo vai prolongar as medidas de restrição atuais até ao Natal, havendo depois uma menor intensidade nos dias 24, 25 de dezembro e 1 de janeiro, retomando depois o nível de limitações.

Veja aqui todas as medidas para o Natal e Ano Novo.

Leia também:

Governo pode rever medidas para Natal e Ano Novo no dia 18

O Governo procederá à avaliação das medidas previstas para o Natal e Ano Novo, conforme o grau de abertura da evolução da situação epidemiológica nas duas próximas semanas.

A preocupação que houve foi a de manter a estabilidade e de abrir exceções para o Natal e Ano Novo. Nos próximos 15 dias temos de consolidar a trajetória de descida de novos casos de covid-19, podendo viver o Natal com maior segurança", declarou.

No entanto, de acordo com António Costa, "se a situação se agravar, obviamente, terá de ser levantado o sinal de alerta".

"O Natal será um momento de encontro com a família, mas não um encontro com o vírus"

António Costa explicou que é fundamental manter o esforço para que se possa “atingir o objetivo de chegar ao Natal com o menor número de infetados possível”, uma vez que “quanto menos infetados, menor o risco de transmissão”.

O primeiro-ministro alertou que "é fundamental que todas as famílias tenham em conta os riscos que existem" em tempo de pandemia. Tudo parece normal à mesa de jantar, frisou Costa. Contudo, "não podemos esquecer que este não é um Natal que vamos viver em circunstâncias normais". Desta forma, apelou ao bom senso nas reuniões familiares.

O Natal será um momento de encontro com a família, mas não um encontro com o vírus", afirmou António Costa.

António Costa considerou que "janeiro é um mês de elevadíssimo risco", onde teremos de chegar "nas melhores condições possíveis" e, assim, evitar uma terceira vaga.

Governo não impôs limite de pessoas no Natal por rejeitar imiscuir-se na vida familiar

António Costa foi questionado sobre o porquê de, ao contrário de outros países, o Governo não ter decretado um número máximo de pessoas que possam estar em cada casa nesta celebração.

O nosso entendimento é que não deve ser o Estado a imiscuir-se na organização da vida familiar e, portanto, as famílias têm hoje já suficiente informação para saberem que todos os encontros são momentos de risco”, respondeu.

O primeiro-ministro avisou que o risco será sempre maior quanto mais pessoas houver, quanto mais tempo se estiver sem máscara ou quanto mais pequeno, fechado e menos arejado for o espaço, manifestando confiança no facto de as famílias se saberem organizar.

Agora eu acho que não competiria ao Estado dizer se as famílias devem abrir duas janelas ou três janelas, se devem ser seis pessoas ou se devem ser 10 pessoas, se em vez de estarem sentados à mesa devem fazer jantar volante, se em fez de se sentarem para confraternizar à mesa como é da nossa tradição, se devem simplesmente encontrar para trocar presentes, se devem estar com máscara ou se devem estar sem máscara”, defendeu.

Para Costa, deve-se “confiar nos portugueses e na forma como têm sabido muito bem interpretar a gravidade da situação e agir em conformidade”.

É um sinal de confiança que temos de ter uns nos outros”, afirmou.

Na perspetiva do chefe do executivo, “os portugueses têm sido exemplares ao longo destes meses na forma como têm compreendido bem a ameaça” que representa a covid-19, enaltecendo a forma como se “têm mobilizado com enorme sacrifício, espírito de serviço à comunidade para enfrentarem esta pandemia”.

Governo ouve e informa sempre previamente o Presidente da República

O primeiro-ministro declarou que o Governo "ouve com atenção" e informa sempre previamente o Presidente da República sobre as medidas contra a covid-19, mas cabe ao chefe de Estado esclarecer se concorda com essas medidas.

Perante os jornalistas, o primeiro-ministro reiterou a tese de que há entendimento em relação à forma de diálogo que se estabelece entre o Governo e o Presidente da República, quer sobre o decreto presidencial, quer sobre as medidas a adotar pelo executivo.

Interrogado se as medidas mais flexíveis para os períodos do Natal e do Ano Novo mereceram a concordância de Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa respondeu que "o senhor Presidente da República é sempre informado previamente das medidas que o Governo pretende adotar".

O Governo ouve com atenção a opinião do Presidente da República sobre o conjunto das medidas, mas só o próprio Presidente da República pode dizer se concorda ou não com as medidas que o Governo adota", afirmou o líder do executivo.

Continue a ler esta notícia