Europeias: Costa promete oposição total a estratégia de concentração empresarial - TVI

Europeias: Costa promete oposição total a estratégia de concentração empresarial

  • CE
  • 9 mar 2019, 12:57

Secretário-geral do PS manifestou-se ainda contra o protecionismo face a tecnologias de países terceiros

O secretário-geral do PS prometeu, este sábado, oposição a uma estratégia europeia de concentração, visando criar multinacionais "gigantes à escala global" e limitar o mercado interno, e manifestou-se contra o protecionismo face a tecnologias de países terceiros.

Esta linha de orientação foi transmitida por António Costa no discurso de abertura da reunião da Comissão Nacional do PS, que este sábado vai discutir e votar o manifesto dos socialistas para as eleições europeias de 26 de maio próximo.

Não podemos aceitar quando alguns grandes Estados-membros dizem que é essencial criar grandes campeões à escala global, concentrando empresas europeias, sacrificando a concorrência no conjunto do mercado interno e sacrificando o potencial de desenvolvimento das empresas dos países que necessitam de fazer um maior esforço potencial de desenvolvimento", frisou o líder socialista.

Numa intervenção que foi aberta à comunicação social, ao contrário do que é habitual em reuniões da Comissão Nacional do PS, António Costa respondeu também à tese de alguns dos Estados-membros mais ricos da União Europeia, em que se defende que a prioridade passa por criar emprego "nas economias mais dinâmicas, assegurando-se, em compensação, a liberdade de circulação para quem não encontra trabalho nos países menos dinâmicos".

O que nós dizemos é que deve haver liberdade de circulação, mas também tem de existir oportunidade de emprego em todos os Estados-membros e não apenas nos mais dinâmicos", contrapôs o secretário-geral do PS, num discurso em que também se insurgiu contra a "concorrência desleal" no plano fiscal entre Estados-membros da União Europeia e contra o protecionismo europeu no plano da inovação tecnológica.

Sem se referir diretamente a qualquer caso polémico em concreto no que respeita ao acesso a tecnologias criadas por países externos à União Europeia, como a China, António Costa deixou o seguinte recado: "Não é fechando as nossas fronteiras e fechando-nos no protecionismo, mas, pelo contrário, a solução passa pelo investimento na inovação".

Nós não temos de nos queixar da inovação que os outros fazem. Nós temos de nos queixar da inovação que a Europa não tem feito e, por isso, tem estado a perder a corrida relativamente a outras áreas económicas. Temos de responder positivamente, investindo na inovação", sustentou.

UE está "sob forte ataque" das forças extremistas

O secretário-geral do PS considerou, este sábado, que a Europa está "sob forte ataque" das forças extremistas, impondo-se uma mobilização para defender o projeto europeu, num discurso em que traçou diferenças entre os socialistas e os restantes partidos.

Para ilustrar a atual situação do projeto de integração europeia, o líder socialista referiu-se a recentes posições assumidas pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

A Europa está sob um forte ataque e temos de nos mobilizar para defender a Europa. E temos de nos mobilizar porque a Europa é a melhor forma para defender Portugal e para defender os interesses dos portugueses", sustentou.

Neste contexto, António Costa criticou de forma indireta os partidos nacionais que defendem a saída de Portugal da zona euro.

Não somos daqueles que acreditam que, saindo da Europa, é a melhor forma de andar para a frente. Temos a certeza que fora da Europa Portugal andaria para trás. A nossa memória coletiva regista o progresso que o país teve desde que aderiu à Comunidade Económica Europeia" em 1986, alegou.

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