Governo acusado de "radicalismo" e de abalar estabilidade escolar - TVI

Governo acusado de "radicalismo" e de abalar estabilidade escolar

António Costa com Mariana Mortágua e Pedro Filipe Soares (Tiago Petinga/Lusa)

Em causa estão o fim dos exames nos 4º e 6º anos

PSD e CDS-PP acusaram esta sexta-feira o Governo de seguir na educação uma agenda "ideológica sindical" e "radical de extrema-esquerda" ao acabar com os exames nos 4.º e 6.º anos e ao "abalar" a estabilidade do ano escolar.

Estas posições foram transmitidas aos jornalistas pela deputada do CDS-PP Ana Rita Bessa e pelo vice-presidente da bancada social-democrata Amadeu Albergaria.

Na sequência da decisão do Ministério da Educação de alterar o modelo de avaliação do sistema de Ensino Básico, Ana Rita Bessa lamentou o fim das provas dos 4.º e 6.º anos, alegando que, a partir de agora, "qualquer aluno só terá uma avaliação vinculativa externa aos 15 anos".

"Até lá, não haverá qualquer preocupação com princípios de ética de esforço e, por outro lado, contraria-se o parecer do Conselho Nacional de Educação", alegou a deputada do CDS-PP.


Ana Rita Bessa e Amadeu Albergaria acusaram depois o Governo, em matéria de educação, de ter introduzido instabilidade no ano escolar ao alterar o planeamento ao nível das avaliações no início do segundo período de aulas e, igualmente, de seguir uma "agenda ideológica comandada pela corrente sindical" e uma agenda "própria da extrema-esquerda".

"Alunos, pais e professores dos 2.º, 5.º e 8.º anos serão, a breve trecho, confrontados com alterações para as quais não estavam preparados no início do ano letivo. Manifestamos, por isso, a nossa mais séria preocupação", vincou a deputada do CDS-PP.


Já Amadeu Albergaria, vice-presidente da bancada do PSD, referiu-se a declarações proferidas recentemente pelo primeiro-ministro no parlamento em matéria de exames escolares nos 6.º e 9.º anos, concluindo que, "para António Costa, infelizmente, palavra dada não é palavra honrada".

"Entendemos que, se um debate parlamentar sobre educação não partir do Governo, far-se-á seguramente a partir de uma proposta do PSD. Para a semana, está prevista a votação de um requerimento para a vinda à Assembleia da República do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, o qual o PSD votará favoravelmente", referiu Amadeu Albergaria.


O "vice" da bancada social-democrata adiantou, ainda, que o PSD proporá a audição em sede de comissão do presidente do Conselho Nacional de Educação, David Justino.
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