"Esta é a última oportunidade para o Governo português mudar de postura e adotar uma postura costrututiva que sirva os interesses e a urgência das famílias e empresas de virar a página da austeridade.Tem a estrita obrigação... É absolutamente inaceitável, por razões de mesquinha política interna, que o Governo português seja um dos obstáculos ativos a um acordo na Zona Euro".
Para o líder do PS, o Executivo tem minimizado os impactos de uma eventual saída da Grécia do euro. António costa defende, pelo contrário, uma "afirmação clara e inequívoca da garantia da integridade irreversível do euro".
"Agora que a Grécia se expressões em liberdade é o momento de uma nova abordagem. A expressiva vitória do 'não' no referendo de ontem deve ser aproveitada por todos"
Costa lembrou que a Grécia "é a mais dramática ilustração do fracasso das políticas de austeridade" e que "persistir em dar continuidade a uma estratégia errada só pode contribuir para agravar os resultados e pôr em causa do projeto europeu".
Daí que, defendeu, as "proclamações unilaterais e as negociações bilaterais" devem ser substituídas por uma "abordagem conjunta e solidária". Isso só se fará se o referendo for "respeitado".
"É absolutamente inaceitável que a recusa desta proposta seja entendida como uma recusa de participar na zona euro ou possa servir de pretexto para tentar, no arrepio dos tratados, excluir a Grécia do euro. A recusa inequívoca de qualquer saída da Grécia é urgente"
Já numa reação às declarações do vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel - que disse que Tsipras cortou as últimas pontes com a Europa - e do presidente do parlamento europeu, o também germânico Martin Schulz - para quem a situação é agora ainda mais "difícil" - , Costa disse não se rever nessas declarações, "nem expressam a posição dos socialistas europeus".
"Não entendemos que somos superiores aos gregos nem inferiores aos alemães. A Europa não pode continuar a fingir que só tem um problema na Grécia", rematou.