"Em cada encontro que tivemos foram deixando cair uma surpresa desagradável que se vai tornar pública um dia"
O líder do PS não quis revelar o quê exatamente, mas à pergunta de Pedro Pinto sobre se era algo de "grande gravidade económica" respondeu: "Sim".
À coligação já foi enviada uma carta com a análise crítica às propostas que fez ao PS e foi a propósito disso que Costa acusou na entrevista a coligação de não fornecer "informação estruturada" sobre " a real financeira do país, de empresas de setores financeiros do país" e, inclusive, "do conjunto do setor financeiro".
Porém, não disse se essa surpresa desagradável que a coligação terá tentado "fazer cair como quem não quer a coisa" diz respeito, por exemplo, ao Novo Banco ou à TAP.
Embora tenha lançado os dados, a jogada ficou-se por aí.
"Acho que não devo [revelar]. Infelizmente os portugueses hão-de saber porque há um limite para a capacidade do Governo omitir e esconder o país dados sobre a situação efetiva e real em que nos encontramos. Não digo isto com satisfação, digo isto com preocupação"
O secretário-geral socialista instou a coligação a dar uma "resposta cabal" a toda a informação socilitada, acusando-a ainda de ter escondido a situação do país
Depois de Passos Coelho ter recusado uma nova reunião com o PS, António Costa entendeu que o líder da PàF "pôs fim às negociações", esperando agora para ver o que acontece. Uma coisa é certa:
"As negociações estão a correr mesmo muito mal"
Quanto aos encontros com o PCP e com o Bloco de Esquerda, esses sim, "estão a correr bem". Costa garante que não chumbará um governo de direita se não tiver uma alternativa. Diz que está "a trabalhar" para ela. E mais: para um programa de governo que dure toda a legislatura, quatro anos.
À esquerda, António Costa assumiu que há "divergências insanáveis" e que o diálogo "obviamente não é fácil", mas que tem sido feito com "seriedade, rigor" e que as negociações "estão a correr bem". No entanto, "é prematuro dizer que vão acabar bem".
"Obviamente o PS não quer, nem faria sentido, ir para o poder, a qualquer custo, a qualquer preço. Não é uma questão dos interesses do PS e muito menos do António Costa", assegurou.
O Bloco de Esquerda ainda hoje de mostrou "muito confiante" com os progressos. Reconheceu que o acordo é "difícil" e "há quem esteja assustado", mas tem de ser feito. Já o Partido Comunista refreou os ânimos.