Ajuste direto de STCP demonstra “medo” do Governo - TVI

Ajuste direto de STCP demonstra “medo” do Governo

António Costa (PAULO NOVAIS/LUSA)

António Costa acha que a Coligação tem medo de perder as eleições e, por isso, teve "pressa" em privatizar a TAP, a Carris e, agora, os transportes do Porto

O secretário-geral do PS disse hoje em Coimbra que "a pressa" na privatização da TAP e Carris e o recente anúncio de um ajuste direto na STCP demonstra "o medo" que o Governo tem em perder as próximas eleições.
 

"A pressa que [o Governo] revela na privatização da TAP, Metro, Carris e este escândalo agora com a STCP [Sociedade de Transportes Coletivos do Porto], demonstra bem o medo que têm em perder", sublinhou António Costa.


Para além do medo, a concessão das operações da STCP e da Metro do Porto revela também "a firme determinação que [PSD/CDS-PP] têm em levarem até ao último minuto um programa de destruição do setor público".

O Ministério da Economia anunciou na terça-feira que a concessão das operações da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) e da Metro do Porto vai ser atribuída por ajuste direto, decisão governamental que motivou críticas dos trabalhadores das empresas e dos autarcas da região.

Durante o discurso de António Costa em Coimbra, o líder socialista falou também do Banco de Fomento, considerando que o mesmo "não é bom nem mau”.
 

“É o banco que não ata nem desata", disse, acrescentando que gostava de saber "o que se passa" com o Banco de Fomento.


Outro "mistério", de acordo com o líder do PS é "perceber como é que os fundos comunitários nunca mais saem do cofre e começam a chegar às empresas".

"Básico dos básicos é, de uma vez por todas, começar a pôr no terreno, começar a pôr a funcionar esse novo quadro comunitário de 27 mil milhões de euros disponíveis desde janeiro de 2014 e ainda não há um cêntimo que tenha chegado a uma única empresa em Portugal".
 

 Programa da coligação é “um ato de fé”


O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou também que o programa da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) é "um ato de fé".

O programa da coligação PSD/CDS-PP "é um ato de fé. É dizer: nós acreditamos que vamos chegar ali. Aqui, não é uma questão de fé, é política e política faz-se com medidas concretas", criticou António Costa.

Quando se comparam as metas propostas pelo PS e as de PSD/CDS-PP, é necessário primeiro "comparar as medidas" que ambos propõem, visto que na ótica do secretário-geral socialista a coligação Portugal à Frente tem metas, "mas medidas para alcançar as metas zero".
 

"Quando apresentamos as contas do nosso programa e os desafiamos a apresentarem as contas deles, eles não apresentam as contas do programa, porque não é possível fazer as contas", apontou.


Segundo António Costa, o "virar de página" para se recuperar "o enorme retrocesso" que se registou nos últimos quatro anos, "não assenta em milagres".

O programa do PS foi "estudado avaliado e tem as contas feitas", sustentou o líder socialista, que falava numa reunião no Hotel Vila Galé com os candidatos a deputados a nível nacional pelo PS e apresentação do mandatário nacional, António Arnaut, considerado o fundador do Serviço Nacional de Saúde.

Durante o discurso, António Costa voltou a frisar a necessidade de se criar emprego, defendeu a escola pública, o Serviço Nacional de Saúde, o aumento do salário mínimo nacional, o combate à precariedade e à diminuição da carga fiscal sobre as famílias.

As eleições legislativas realizam-se a 04 de outubro.
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