"Alargaremos a todo o país este debate, de forma a ir ao encontro direto de todos os portugueses e expressarmos na Assembleia da República a voz dos cidadãos sobre o verdadeiro estado da nação, a voz daqueles que foram traídos nas promessas não cumpridas pelo atual Governo"
António Costa deu, em conferência de imprensa, vários exemplos, entre eles a "classe média asfixiada" pelo "enorme aumento de impostos", as famílias empobrecidas, quem emigrou para fugir ao desemprego, os trabalhadores em condições precárias, a "deterioração" dos serviços públicos. Em suma, assinalou, "a voz dos que vivem há quatro anos em sobressalto quotidiano" e aqueles que "a direita ignorou e ignora".
Para o PS, o balanço geral já é "muito claro": "O Governo PSD/CDS-PP falhou os seus objetivos e as suas soluções estão esgotadas".
O líder socialista foi mais longe, dizendo que o Executivo de Passos Coelho cometeu sete pecados capitais:
1º - "Mentira eleitoral", da a subida de impostos e o corte de salários e pensões
2º - "Desemprego, precariedade e emigração"
3º - "Asfixia da classe média"
4º - "Aumento da pobreza e desigualadades"
5º - "Abandono da prioridade do conhecimento"
6º - "Ataque aos serviços públicos" e "incompetência de gestão", como o "caos" no arranque do último ano letivo e os problemas no Citius
7º - "Quebra de mais de 25% no investimento, quer público quer privado"
António Costa acusou o Governo de tentar "esconder" a realidade do país. E continuou o rol de críticas:
A coligação formou uma "frente comum, usando e abusando dos recursos do Estado num último e desesperado esforço de conservar o poder".
Aludia, aqui, às ordens dadas no Ministério da Justiça para os funcionários apreciarem o programa de Governo socialista, de modo a perceber que medidas teriam sido já postas em prática pelo atual Governo.
Classificou o calendário das privatizações como um "frenético contrarrelógio" que "só denuncia a consciência" que o Governo tem "de que o seu tempo já se esgotou".
Questionado depois pelos jornalistas sobre a situação na Grécia, defendeu que "é fundamental para a defesa do interesse nacional que haja um acordo".
Fez questão de assinalar que o que se passa com os gregos "não pode diminuir, nem distrair daquilo que acontece em Portugal" . Costa não se alongou sobre a crise grega e preferiu remeteu sempre para o estado em que o Portugal se encontra, repetindo a bateria de críticas ao Governo.