"Seria surpresa que não houvesse críticas à ação governativa" - TVI

"Seria surpresa que não houvesse críticas à ação governativa"

António Costa

O secretário-geral do PS, António Costa, considerou natural que haja setores socialistas que defendem uma "diluição" do partido ao centro

O secretário-geral do PS considerou hoje natural que haja setores socialistas que defendem uma "diluição" do partido ao centro e afirmou que no congresso cada delegado falará de acordo com a hora a que se inscrever.

António Costa falava aos jornalistas depois de ter votado no primeiro dos dois dias de eleições diretas do PS para o cargo de secretário-geral, tendo ao seu lado o mandatário da sua candidatura, Duarte Cordeiro, e o líder da Federação da Área Urbana de Lisboa, Marcos Perestrello.

Interrogado sobre a disponibilidade de dirigentes socialistas críticos da atual solução governativa, como o eurodeputado Francisco Assis, estarem disponíveis para falar no congresso nacional do PS (entre 3 e 5 de junho, em Lisboa), desde que a sua intervenção não seja atirada para um período noturno, António Costa respondeu:

"Falarão às horas a que se inscreverem, mas isso é para se tratar com o presidente da mesa do congresso".

Já sobre as críticas de um setor dos socialistas, onde além de Assis também se inclui Sérgio Sousa Pinto, à formação de um Governo do PS suportado no parlamento pelo PCP e Bloco de Esquerda, o líder socialista começou por referir que no seu partido "as críticas nunca se calam".

"Para mim seria surpresa que não houvesse críticas à ação governativa e quanto a esta solução de Governo. Por uma questão de princípio, há pessoas no PS que entendem que o partido se deve deixar diluir, ou deixar de se diferenciar relativamente à governação anterior. Mas o meu entendimento é que o melhor contributo que temos a dar para fortalecer o espírito europeu e o nosso compromisso com a Europa não é limitar a democracia, retirando-lhe alternativas", afirmou António Costa, numa crítica ao chamado "centrão político".

Pelo contrário, para o secretário-geral do PS, "a democracia reforça-se havendo alternativas e o que dá força à Europa é demonstrar que é possível partilhar-se um projeto comum, regras comuns, mas dando aos cidadãos a liberdades de escolherem entre diferentes caminhos alternativos".

"Isso revitaliza a nossa democracia e o projeto europeu. Ao contrário do que nos foi dito, acho que um dos grandes méritos destes últimos seis meses foi demonstrar que há uma alternativa e essa alternativa pode ser executada", acrescentou.

Continue a ler esta notícia