“Andaram três anos a adiar soluções e deixaram esgotar o último prazo que foi dado pela Comissão Europeia para resolver, em março passado. E portanto, agora, temos de resolver em três semanas - em condições adversas - o que com calma, com tempo e bem podia ter sido resolvido melhor”, disse Costa ao Jornal de Notícias.
“Bruxelas foi apresentando propostas ao longo dos anos, a última das quais, há cerca de um ano, e expressamente disse, que autorizaria uma reestruturação do Banif, concentrando nos mercados onde tem uma posição relevante. Alguém terá de explicar porque é que essa solução não foi encarada”, continuou.
"A troika perdeu muito tempo a olhar para freguesias, a olhar para os municípios, a olhar para a administração central do Estado e olhar pouco para onde devia ter olhado, que agora todos percebemos, que era também para a saúde do sistema financeiro. Desde que a troika saiu, a verdade é que já vamos em duas resoluções bancárias e isso significa que não se olhou para onde se devia ter olhado".
António Costa aproveitou esta entrevista também para relembrar a sua postura quando assumiu funções, comparando-a com a do anterior Executivo.
"Sou o primeiro-ministro em muitos anos que não se estreia anunciando os aumentos de impostos que tinha prometido não fazer na campanha eleitoral, e por outro lado, vamos até prosseguir de uma forma mais acelerada a eliminação da sobretaxa de IRS, vamos até repor de uma forma mais acelerada a reposição dos salários dos funcionários públicos".
Em relação à TAP, António Costa confia que as negociações com o consórcio Gateway vão permitir que a maioria do capital volte para o Estado.
"É do maior interesse nacional dispor da sua companhia de bandeira. A TAP é hoje um fator de garantia da independência nacional e da nossa inserção nos mercados globais. Nós somos um Estado de direito, respeitamos as leis, respeitamos os direitos dos particulares, e iremos negociar com os compradores e iremos certamente encontrar uma boa solução para todos", concluiu.