Deputado do PS suspeito de corrupção na Operação Triângulo - TVI

Deputado do PS suspeito de corrupção na Operação Triângulo

  • Henrique Machado
  • com Lusa - Notícia atualizada às 13:19
  • 14 abr 2021, 10:47

Já foi pedido o levantamento da sua imunidade parlamentar

António Gameiro, deputado do PS na Assembleia da República e candidato socialista à câmara de Ourém nas próximas autárquicas, é suspeito de corrupção no caso da venda do terreno da câmara de Vila Real de Santo António a um empresário, sabe a TVI.

Já foi pedido o levantamento da sua imunidade parlamentar, decisão que poderá ser tomada ainda hoje na Assembleia, para que o Ministério Público o possa constituir arguido e eventualmente deter. 

Gameiro é suspeito de ter intermediado o esquema de suborno entre o comprador e a autarca algarvia, Conceição Cabrita, no negócio que terá sido lesivo para os cofres do município mas com contrapartidas financeiras para a presidente da câmara.

Em causa, um terreno em Monte Gordo que estava avaliado em cerca de 7 milhões de euros mas foi vendido ao empresário Carlos Matos por 5,6 milhões.

O esquema de corrupção deu origem à operação Triângulo - que levou ontem a quatro detenções: da autarca Conceição Cabrita, do funcionário da autarquia João Faustino e de duas pessoas por corrupção ativa. Serão hoje interrogados por um juiz no tribunal de Évora.

Deputado “de consciência tranquila”.

António Gameiro confirmou que a Polícia Judiciária fez buscas às suas duas casas e ao escritório onde é consultor.

Ontem [terça-feira], a Polícia Judiciária realizou buscas às minhas duas casas e ao escritório onde sou consultor, não tendo encontrado qualquer elemento de prova da prática de qualquer crime”, disse à agência Lusa o deputado socialista.

 

De qualquer forma estou disponível para que me seja levantada de imediato a imunidade parlamentar, para me poder defender e colaborar com a Justiça, uma vez que até agora não fui notificado desse pedido de levantamento”, adiantou António Gameiro.

O parlamentar, advogado, de 50 anos, afirmou desconhecer “os termos deste processo” no qual é suspeito, mas declarou-se “de consciência tranquila”.

A minha única ligação a este processo é de natureza estritamente profissional, como consultor de um escritório de advogados”, acrescentou, precisando que, “no âmbito da consultadoria, apenas” recolheu informação, solicitou pareceres e redigiu cartas, “a pedido do escritório, por solicitação da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António".

O socialista, que foi presidente da Distrital de Santarém, garantiu ainda que mantém as funções de deputado e que continua como candidato à Câmara de Ourém.

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