Costa perdeu a «evangélica paciência» com Seguro - TVI

Costa perdeu a «evangélica paciência» com Seguro

Desta vez, António Costa mostrou as garras e acusou António José Seguro de copiar o programa eleitoral de 2009. No tom pessoal, Costa também atacou e deu resposta ao «fica-te mal» do líder socialista

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Passavam quase quinze minutos de debate quando António José Seguro deixou sair o primeiro «fica-te mal» do segundo encontro televisivo entre Antónios para as primárias do PS. Desta vez, foi António Costa que veio preparado e quando o tom fugiu para os ataques pessoais, à semelhança do primeiro encontro na TVI, Costa não se coibiu de confessar ter uma «evangélica paciência» para ouvir o atual líder socialista. Quanto a propostas, foi também António Costa que desta vez trouxe uma carta na manga e acusou Seguro de se ter apropriado de propostas do partido ao copiar o programa do PS de 2009.

As 80 medidas propostas por António José Seguro para o país tem sido uma das principais bandeiras da atual direção socialista. António Costa pegou no trunfo e transformou-o no debate desta quarta-feira, na SIC. O atual autarca afirmou que as 80 novas propostas são na maioria «banais» e na realidade «seis e meia» quando comparadas com o programa eleitoral de 2009.. do PS.

«Estas ideias que aqui estão não são ideias específicas do António José Seguro, fazem parte do património histórico do Partido Socialista», disse. Seguro não gostou e retorquiu no mesmo tom do primeiro debate: «O contrato de confiança foi preparado por muitos milhares de portugueses que deram o contributo, e acho que te fica mal apoucar esse contributo e sobretudo remeter que essa é uma cópia de programas eleitorais anteriores, portanto, fica-te mal», repetiu Seguro.

António Costa apontou depois o caminho da prioridade aos fundos comunitários, algo que defende a atual direção do PS não fez, mas foi com a dívida que o debate voltou a ganhar tensão, com o autarca a acusar Seguro de ter ficado prisioneiro da direita.

«Colocando a questão da dívida e do défice no seu devido ponto, o António José Seguro entendeu assumir a explicação da direita para o inicio desta crise, por razões puramente internas, para se demarcar de uma parte do PS e com isso acabou por ficar prisioneiro do próprio debate e da própria agenda da direita, sobre se sobe impostos ou se corta salários», acusou António Costa.

Seguro voltou a acusar Costa de ter defendido a abstenção no Orçamento de 2012, tal como fez na TVI, mas desta vez António Costa não só tinha a resposta preparada, como subiu o tom dos ataques a Seguro. «Não falseies de novo a verdade, as pessoas vão ver ao YouTube o que eu disse. Só te desqualificas dizendo isso. Eu tenho-te ouvido com uma evangélica paciência, agradecia que tenhas igualmente paciência para me ouvir». António José Seguro contra-atacou: «Isso não é um gesto democrático, é um gesto de arrogância que te fica mal».

António Costa continuou ao ataque acusando António José Seguro de ter deixado o eleitorado do PS «órfão» ao ter combatido a direita, por se ter «refugiado em questões formais».

Seguro ainda tentou voltar o jogo ao salientar as propostas apresentadas pelo autarca, mas António Costa acusou António José Seguro de não conhecer a moção que apresenta. «Tu tens falado muito sem ler, de cor, muito do que te escrevem as agências de comunicação». Seguro salientou ainda o trabalho feito no PS, nos últimos três anos, mas Costa voltou ao ataque: «Fizeste muitos quilómetros, o resultado é que foi pouco».

Seguro respondeu mais uma vez: «Fica-te muito mal utilizares essas expressões, porque durante três anos liderei o nosso partido e continuo a liderá-lo. Não estive à janela do Município à espera de ver qual era a melhor oportunidade», disse, levando o presidente da Câmara de Lisboa a considerar Seguro ofendera os autarcas.

«Acha que os autarcas estão à janela? Os autarcas andam com os pés na terra, andam no terreno junto das populações. Essa altivez com que te refere aos autarcas, a ti é que não te fica bem», atirou Costa, ouvindo de seguida um: «Não manipules», de Seguro.

Por fim, ironicamente, ou não, António Costa cumprimentou António José Seguro por ter neste debate não ter feito uma campanha baseada em ataques pessoais.
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