Vitorino apela ao voto da direita e diz: PSD é um «saco de gatos» - TVI

Vitorino apela ao voto da direita e diz: PSD é um «saco de gatos»

Socialista fez também apelo à esquerda partidária, mesmo aquela que poderá estar descontente com a governação de José Sócrates. Sobre o PSD, diz que por lá são uns «anátemas sectários»

António Vitorino apelou esta noite aos sociais-democratas descontentes com a sua liderança para votarem no PS. O dirigente socialista respondia ao apelo contrário, vindo de Pedro Passos Coelho, que exortou os socialistas descontentes a votarem no partido «laranja». «Certamente que ele não nos levará a mal se fizermos um apelo aos sociais-democratas insatisfeitos com este PSD», disse na sua intervenção no comício desta noite no Pavilhão da Naval, em Setúbal.

Com as sondagens a começarem a mostrar que o PSD está a descolar do empate com o PS, a crispação sobe de tom neste discurso depois de José Sócrates ter dito ao almoço que isso era o mesmo que apelar ao «voto inútil» - «Nunca ouvi um apelo tão patético». Agora foi a vez de Vitorino dizer que o PSD é um partido complicado. «Ao contrário de outros, que quando cheiram a poder, aparecem todos juntos mas rapidamente se transforma no verdadeiro saco de gatos que é o que eles são».

Mas o apelo de Vitorino não foi apenas à direita, feito em jeito de provocação. O socialista dirigiu-se a todos os eleitores de esquerda, mesmo aqueles que possam estar descontentes com a governação de José Sócrates. «Mas cada um dos eleitores que se diz de esquerda terá de responder em consciência se, de facto, o que se espera dele para o futuro do país é um voto de protesto que esgota o seu efeito no momento da votação, ou, se pelo contrário, devem contribuir para uma alternativa progressista em Portugal».

António Vitorino deixou o alerta: «O puro voto de protesto pode abrir o caminho da direita para o poder - a direita que apresenta o projeto mais radical nestes 37 anos de democracia em Portugal».

O socialista avisou também que «os tempos não estão para experimentalismo e para se colocar o país nas mãos de um inexperiente», em referência a Passos Coelho. E definiu o PSD como um partido de «anátemas sectários». Em causa, está «essa estratégia da direita, que agravará as questões sociais».

Vieira da Silva e o propagandista dominical

Vieira da Silva, cabeça-de-lista por Setúbal e ainda ministro da Economia também começou a sua intervenção neste comício a «piscar o olho» à esquerda. «Poderia falar também da extrema esquerda que cada vez, claramente,não apresenta nenhuma escolha para Portugal» e que prefere ficar «nas trincheiras do passado».

Como uma das figuras mais próximas de José Sócrates, Viera da Silva acusa Passos Coelho de ser um propagandista e diz que José Sócrates é uma pessoa «com determinação».

Destaque no seu discurso para ler uma carta que o antigo presidente do Brasil, Lula da Silva, a apoiar Sócrates. Vieira da Silva disse tratar-se de uma

Vítor Ramalho e a hydra

Conotado com a ala mais à esquerda do PS, também Vítor Ramalho - que abriu as intervenções neste comício - tinha apelado antes ao voto à esquerda do PS. «Nós sabemos que a esquerda à nossa esquerda sabe que o voto útil somos nós, é no PS».

Em referência ao líder do PSD, Vítor Ramalho disse achar que «no outro partido, é cada cabeça, sua sentença. Parece uma hydra», em referência à cobra com sete cabeças.

Sócrates diz que cumprirá acordo da troika

A encerrar o comício da noite, o candidato socialista disse que o serviço a ser feito «não esgota a agenda da governação e esses que dizem que está tudo definido não sabem do que estão a falar», repetindo.

No seu discurso, Sócrates voltou a fazer duras críticas ao presidente do PSD, dizendo que «Portugal não precisa de uma liderança instável». O candidato socialista interrogou-se uma vez mais a propósito de Passos Coelho ter admitido mudanças no seu programa da educação.

Notícia actualizada às 01h30
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