Combustíveis: Governo espera que acordo entre motoristas e patrões seja cumprido - TVI

Combustíveis: Governo espera que acordo entre motoristas e patrões seja cumprido

  • SL
  • 9 mai 2019, 15:33
Greve de motoristas de matérias perigosas, junto à Companhia Logística de Combustíveis, em Aveiras de Cima

"O Governo tem estado a acompanhar muito proximamente esse conflito, através do senhor ministro das Infraestruturas e, portanto, os contactos têm sido regulares quer com a ANTRAM, quer com o sindicato", afirmou a ministra da Presidência e Modernização Administrativa

O Governo está a acompanhar o conflito entre os motoristas de transporte de matérias perigosas e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), e espera que o acordo assinado entre as duas partes "possa ser cumprido".

O Governo tem estado a acompanhar muito proximamente esse conflito, através do senhor ministro das Infraestruturas e, portanto, os contactos têm sido regulares quer com a ANTRAM, quer com o sindicato", afirmou a ministra da Presidência e Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva, em Lisboa.

O CDS-PP acusou, esta quinta-feira, o Governo de ser incapaz de criar ponte de diálogo entre os sindicatos e a ANTRAM, a propósito da greve dos motoristas de materiais perigosos anunciada para 23 de maio.

O Governo, durante todo este período, não teve a capacidade de sentar as partes e tentar que as partes chegassem a um acordo”, afirmou aos jornalistas o deputado Pedro Mota Soares, à margem de uma conferência de imprensa, em Lisboa, com que o CDS assinalou o dia da Europa.

Semanas depois da greve, em vésperas da Páscoa, em abril, ter causado uma crise e uma corrida aos combustíveis, Mota Soares afirmou que “mais uma vez o Governo esteve mal” e acrescentou que “está a ser incapaz” de conseguir um compromisso.

Da última vez esteve tarde, pelos vistos continua a chegar tarde a esta discussão porque não tem sido possível estabelecer uma linha de diálogo entre as duas partes e é isso que pode resolver o fundo da questão”, acrescentou.

Na quarta-feira, o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) marcou uma nova greve com efeitos a partir do dia 23 de maio, que, segundo o vice-presidente daquela estrutura sindica, Pedro Pardal Henriques, se manterá "até que se resolva a situação".

O sindicalista considera que a ANTRAM violou "os princípios da boa fé negocial", acrescentando que a estrutura sindical não vai conceder mais tempo aos patrões.

Na terça-feira, após uma ronda negocial, a ANTRAM tinha anunciado que a associação patronal e o sindicato tinham acordado um pacto de paz social pelo prazo de 30 dias.

Falando aos jornalistas durante a conferência de imprensa que decorreu no final da reunião do Conselho de Ministros, Mariana Vieira da Silva indicou que o executivo espera "poder contribuir para que o acordo assinado possa ser cumprido, num processo negocial que possa terminar bem".

Apontando que "os contactos têm sido permanentes" entre o Governo, o sindicato e a ANTRAM, a ministra referiu, porém, não ter informação "sobre se há alguma reunião agendada, ou não".

Questionada hoje pela Lusa, fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e da Habitação já tinha assegurado que o "Governo está em contacto" com as partes envolvidas na negociação, destacando que o executivo "continuará os esforços para que as partes se entendam e a greve seja desconvocada".

Na quarta-feira, a ANTRAM considerou que o sindicato dos motoristas de matérias perigosas teve uma "clara mudança de postura", após ter apresentado uma contraproposta de 700 euros de salário base, inferior aos 1.200 reivindicados inicialmente por estes trabalhadores.

Num comunicado divulgado na quarta-feira à noite, ANTRAM diz que "não teve o intuito de obstaculizar ou prejudicar as negociações que estão a decorrer com este sindicato num clima de boa-fé negocial".

A ANTRAM apenas voltará a comunicar sobre a proposta que lhe foi apresentada, de forma presencial, aos seus associados, nas reuniões que irão decorrer já na próxima semana, bem como ao SNMMP [Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas] nas reuniões que vierem a ter lugar posteriormente", adianta.

O caderno reivindicativo dos motoristas inclui, além de uma remuneração base de 1.200 euros, um subsídio de 240 euros e a redução da idade de reforma.

O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas foi criado no final de 2018 e tornou-se conhecido com a greve iniciada no dia 15 de abril, que levou o Governo a decretar uma requisição civil e, posteriormente, a convidar as partes a sentarem-se à mesa de negociações.

A arbitragem do executivo fez com que representantes sindicais e empresariais chegassem a acordo, no dia 18, definindo um calendário para o início das negociações, sendo a paralisação desconvocada de imediato.

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