«Não há estado de espírito favorável a maioria PSD» - TVI

«Não há estado de espírito favorável a maioria PSD»

Francisco Assis

Francisco Assis considera que se isso acontecesse seria «muito mau» para o país

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O cabeça de lista do PS pelo Porto, Francisco Assis, afirmou esta terça-feira que «seria muito mau para o país» uma maioria absoluta do PSD, porque «significaria a consagração eleitoral de teses ultraliberais», antecipando, no entanto, que esta não vai acontecer, noticia a Lusa.

À saída da entrega da lista de candidatos a deputados do PS pelo círculo do Porto, Assis foi questionado pelos jornalistas sobre as declarações proferidas pelo cabeça de lista pelo Porto do PSD, José Pedro Aguiar-Branco, cerca de meia hora antes no mesmo local, onde o social-democrata avançou que o partido vai lutar por uma maioria absoluta.

«Neste momento, o que é fundamental, mais do que estar a falar em metas eleitorais e maiorias absolutas ou ausência de maiorias absolutas, é nós apresentarmos aos portugueses com toda clareza e objectividade as nossas posições», respondeu.

O líder da bancada parlamentar socialista afirmou que seria «muito, muito mau para o país que eventualmente» houvesse uma maioria absoluta do PSD «porque significaria a consagração eleitoral destas teses ultraliberais e levaria à destruição, sem qualquer hesitação, de aspectos fundamentais do Estado Social¿.

«Mas isso não vai acontecer. Não há nenhuma sondagem que aponte nesse sentido. Quem anda nas ruas como nós andamos - e presumo que o doutor José Pedro Aguiar-Branco também ande - perceberá facilmente que não há neste momento um estado de espírito no país favorável a uma maioria absoluta do PSD», sublinhou.

Entendimento partidário

Assis foi ainda questionado sobre a posição do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, sobre os apelos de Cavaco Silva, segunda-feira, nas comemorações do 25 de Abril.

«Se o doutor Passos Coelho interpretou os apelos do senhor Presidente da República nesse sentido, interpretou-os mal, creio eu. Interpretei noutros termos», afirmou.

O candidato a deputado defende que o Presidente da República apelou para que «houvesse alguma contenção na discussão de forma a não inviabilizar a possibilidade de celebração de compromissos que têm que ser levados a cabo».

«Temos a consciência que há algumas reformas no país que só se podem fazer com sucesso se os vários partidos políticos, em particular os principais, se entenderem, no plano parlamentar. Não tem que ser um entendimento de âmbito governamental», enfatizou.

Segundo Assis, é isso que os portugueses esperam. «Que clarifiquemos as nossas posições, que digamos exactamente o que queremos e o que vamos fazer e ao mesmo tempo que não ponhamos em causa a possibilidade de estabelecer alguns compromissos de fundo na vida política portuguesa», enumerou.

O cabeça de lista do PS pelo Porto garantiu que o partido não desiste nem deserta e que está nesta luta para «enfrentar as dificuldades».

«O país conhece-nos, sabe o que temos vindo a fazer, sabe o que pretendemos fazer: um programa sério, de ajustamento orçamental para fazer face ao problema do financiamento externo do Estado e da economia portuguesa», disse.

Com o objectivo de garantir sucesso eleitoral nas próximas eleições, Assis afirmou que «para a vitória do PS a nível nacional é imprescindível o contributo do distrito do Porto».
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