A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu esta quarta-feira a valorização da concertação social e a reposição do “equilíbrio” perdido com novas propostas, reiterando que o partido “não está do lado do PCP e do BE”.
Assunção Cristas, que falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Hospital de Cascais, assegurou que "o CDS não está do lado do PCP e do Bloco de Esquerda", mas que "há um acordo na concertação social que deve ser valorizado", propondo-se ajudar a "repor o equilíbrio" perdido, com novas propostas.
Questionada como vai o CDS-PP votar as apreciações parlamentares do PCP e do BE, que serão discutidas na Assembleia da República a 3 de fevereiro e pedem a revogação da descida da Taxa Social Única (TSU) prevista no decreto do Governo, Assunção Cristas remeteu uma decisão para mais tarde: “o CDS decidirá o seu sentido de voto na altura”.
Contudo, esta manhã, antes da visita ao Hospital de Cascais, numa entrevista à SIC-Notícias, Assunção Cristas tinha assumido que o CDS-PP se vai abster na votação dos diplomas do PCP e do BE.
Vamo-nos abster. Não estamos do lado do Governo, mas entendemos que faz sentido proteger aquilo que é o acordo de concertação social”, disse a esta estação de televisão.
Relativamente à concertação social, a líder do CDS-PP vincou que se deve proteger “enquanto pilar relevante” da democracia.
Achamos escandaloso que o Governo se tenha comprometido com algo que não tem capacidade de cumprir, porque não tem suporte no parlamento para o cumprir, o que expõe a fragilidade do Governo nesta matéria", sustentou.
Para Assunção Cristas, a posição do primeiro-ministro é "ligeira e irresponsável", porque "tem obrigação de garantir os apoios para cumprir aquilo que se compromete, porque é quem tem uma base de apoio no parlamento".
A líder do CDS-PP referiu ainda que, além da proposta para prolongar a redução da TSU dos empregadores em 0,75 pontos percentuais, exclusivamente financiada pelo Orçamento, o partido vai ainda propor no parlamento outras três medidas.
Uma delas está relacionada com as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), "permitindo que o Estado possa compensar na contratualização que faz nas IPSS o aumento muito grande dos custos salariais", outra relativa ao pagamento especial por conta e a terceira para "retomar a trajetória de descida do IRC".
"Estas quatro medidas vamos propô-las no parlamento, mas o mais importante é sinalizar que, apesar de não termos tido nada a ver com este problema, vamos, porém, propor soluções para ganhar o equilíbrio perdido com a concertação social", frisou.