Comentário sobre a Altice é "indigno de um primeiro-ministro" - TVI

Comentário sobre a Altice é "indigno de um primeiro-ministro"

  • EC
  • 15 jul 2017, 18:54

António Costa manifestou-se apreensivo com o futuro da PT durante o debate do estado da Nação. Assunção Cristas considera que "quem quer ser um estadista, não faz os comentários" que o primeiro-ministro fez no parlamento

A líder do CDS qualificou de “indigno de um primeiro-ministro” o comentário de António Costa, na quarta-feira, sobre o futuro da PT, agora propriedade da multinacional Altice.

Quem quer ser um governante de primeira linha, quem quer ser um primeiro-ministro sério e respeitado, quem quer ser um estadista, não faz os comentários que fez no parlamento e da forma como fez”, afirmou Assunção Cristas, à margem de uma ação de pré-campanha na freguesia de Marvila, em Lisboa.

“É indigno de um primeiro-ministro”, sublinhou.

Na quarta-feira, durante o debate do estado da Nação, o primeiro-ministro manifestou-se apreensivo com o futuro da PT, agora propriedade da multinacional Altice, temendo mesmo pelo futuro de postos de trabalho e apontando a uma das operadoras "falhas graves" no incêndio de Pedrógão Grande.

Receio bastante que a forma irresponsável como foi feita aquela privatização possa dar origem a um novo caso Cimpor, com um novo desmembramento que ponha não só em causa os postos de trabalho, como o futuro da empresa", declarou o primeiro-ministro.

Para a líder do CDS e candidata à câmara de Lisboa, é preciso “verificar se a legislação é cumprida e isso cabe ao Governo e às instâncias judiciais”.

Se entende que há alguma coisa em que o Governo deve atuar, que o diga de forma série e consequente”, acrescentou.

 

Cristas recusa aproveitamento político da tragédia de Pedrógão

A presidente do CDS-PP acusou, também, o primeiro-ministro de reagir com “grande ligeireza”, por António Costa ter dito que há aproveitamento político dos incêndios de junho, em Pedrógão Grande.

O primeiro-ministro trata de todos os assuntos com uma grande ligeireza. Gosta de pôr pontos finais nas matérias quando elas não estão em ponto de levar um ponto final. E gosta de distorcer os factos à medida que lhe é mais conveniente”.

No caso dos incêndios, em que morreram 64 pessoas e mais de 250 ficaram feridas, Assunção Cristas insistiu na tese da ligeireza de Costa e acusou-o de ter “grande dificuldade em assumir as responsabilidades dos membros do seu Governo e dele próprio”, tanto no caso dos incêndios como no do roubo de armamento no país de Tancos, no início de julho.

Hoje, em Fafe, Braga, o secretário-geral do PS afirmou hoje que o país está melhor em termos económicos, mas há que ter a humildade de corrigir os erros cometidos, numa alusão à questão dos fogos florestais.

Para António Costa, o que é necessário é "resolver os problemas" e não "aproveitar politicamente dos problemas". 

Um dia depois da remodelação governamental, com a saída de sete secretários de Estado, Assunção Cristas insistiu na tese da "ligeireza e da irresponsabilidade" com o caso de Margarida Marques, que ocupava a pasta dos Assuntos Europeus.

Diz publicamente que não pediu para sair e no despacho de exoneração publicado em 'Diário da República' diz que saiu a seu pedido", assinalou.

Assunção Cristas citou, com ironia, o termo usado por Costa em Fafe, quando disse que "mesmo quando o país está melhor, há sempre imprevistos, há que ter a humildade de saber enfrentar".

A líder democrata-cristã questionou-se se também será "um imprevisto" o atraso na entrega dos donativos (13,3 milhões de euros) às vítimas dos incêndios de junho, no centro do país.

Vale perguntar ao primeiro-ministro se é um imprevisto ter de distribuir os 1,3 milhões de euros", questionou, anotando "uma inação da parte do Estado e do Governo".

Pela segunda vez esta semana, a líder do CDS-PP e candidata à câmara desafiou o presidente do município e candidato do PS, Fernando Medina, a aceitar um debate a pensar nas autárquicas de 01 de outubro.

Assunção Cristas acusou Medina e a câmara de "arranjar o que enche o olho" e de ignorar problemas maiores como as cerca de 1.600 habitações sociais por distribuir.

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