Cristas reafirma que trocas nos ministérios provam que Governo “está em fim de mandato” - TVI

Cristas reafirma que trocas nos ministérios provam que Governo “está em fim de mandato”

  • JFP
  • 19 out 2018, 01:13
"Autárquicas Rules!"

Assunção Cristas falava à agência Lusa à entrada para um jantar do partido que decorre em Vila Nova de Gaia

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, reafirmou hoje que as trocas nos ministérios "são a prova de que este Governo está em fim de mandato", sublinhando preocupação com a área da Energia, na qual admite que existam "incompatibilidades".

Esta mudança no Governo é a prova de que este Governo está em fim de tempo e em fim de mandato. Mostra que o PS já não tem capacidade de recrutamento fora das suas hostes mais naturais. Passaram chefes de gabinete a secretários de Estado e pessoas que já antes colaboraram com o PS. Portanto, este Governo não tem rasgo e estas trocas não trazem frescura", disse a líder do CDS-PP.

Assunção Cristas, que falava à agência Lusa à entrada para um jantar do partido que decorre em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, não quis comentar o facto de o novo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, tutelar a área do Turismo, setor onde a sua mulher está presente ao dirigir a Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), mas apontou "incompatibilidades" noutras áreas.

Analisaremos com atenção [a questão do ministro da Economia], mas choca-nos profundamente que tenhamos dois até agora deputados do PS e um foi para secretário de Estado da Energia e o outro, se o Governo quiser manter a indicação, irá para o regulador da área da Energia", referiu.

Para a presidente dos centristas, em causa está a escolha de Carlos Pereira, deputado do PS que em janeiro perdeu a liderança do PS/Madeira, para administrador da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), bem como do também deputado socialista João Galamba para secretário de Estado da Energia.

Aí vimos uma grande e profunda incompatibilidade, porque o regulador tem de ser forte e independente, quer do setor que regula, quer do Governo. Isso choca-nos muitíssimo. O CDS entende há muito tempo que os reguladores podem ser indicados pelo Governo, escrutinados no parlamento, mas depois nomeados pelo Presidente da República", apontou Assunção Cristas.

A presidente do CDS-PP participa esta noite num jantar com cerca de 500 pessoas que marca a tomada de posse dos órgãos distritais do Porto do partido.

Costa foi “um homem sem palavra e sem responsabilidade” no caso Infarmed

Cristas disse que o primeiro-ministro lidera um Governo "trapalhão" e mostrou ser "um homem sem palavra e sem responsabilidade" na condução do dossiê Infarmed.

Temos um primeiro-ministro que para cada assunto tem várias versões e diz uma coisa e faz exatamente o contrário", afirmou a líder dos centristas ao discursar em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, no jantar de tomada de posse da estrutura distrital do CDS-PP que agora é liderada por Fernando Barbosa.

E para a mostrar que este Governo é "trapalhão", Assunção Cristas deu exemplos de casos do Norte do país e da área da saúde.

Sobre o Infarmed [Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde], ouvimos o primeiro-ministro dizer no debate quinzenal, de forma clara, que a decisão estava tomada e ia para o Porto. Não estava tomada, nem sequer estava ponderada. Mas depois, quando teve de assumir ‘ou sim ou sopas’, disse que são outros, uma comissão que vai decidir. Isto é António Costa no seu melhor. É um homem sem palavra e sem responsabilidade", referiu a líder do CDS-PP.

A presidente dos centristas acrescentou, ainda, que "basta olhar para a ala pediátrica do Hospital S. João ou para o hospital de Gaia, onde 52 diretores se demitiram, para ver o caos em que está a saúde".

Num discurso de cerca de 15 minutos perante uma plateia de cerca de 500 militantes, Assunção Cristas tornou a criticar as trocas nos ministérios em período de apreciação do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) porque, considerou, "caras novas a apresentar orçamentos preparados por outros não parece um bom sinal".

Já sobre o OE2019, a presidente do CDS-PP apontou que este tem "a maior carga fiscal de sempre", lembrando que isso acontece "quando já não há ‘troika'” e quando era suposto o país ter virado “as costas à austeridade".

Vemos um primeiro-ministro preocupado em distribuir o bolo do Orçamento pelas suas diferentes capelinhas eleitorais. Não vemos um primeiro-ministro preocupado em fazer crescer o bolo para depois poder distribuir alguma coisa. Não o preocupa olhar para a conjuntura internacional e perceber que há sinais de desaceleração", referiu, enumerando, de seguida, o que considera serem "falácias e ilusões" da proposta OE2019.

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