OE2020: o último debate de Cristas como deputada terminou como começou - TVI

OE2020: o último debate de Cristas como deputada terminou como começou

Líder demissionária do CDS-PP despediu-se da Assembleia da República sob aplausos, mas ninguém se levantou

O último debate de Assunção Cristas como deputada e líder do CDS-PP terminou como começou, com uma intervenção na área do Orçamento, naquele que foi o segundo dia do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2020, ao qual se seguirá a votação.

Assunção Cristas encerrou o debate pela sua bancada, agora quase uma miragem de quando se estreou, há dez anos, como deputada no Parlamento.

O presidente da Assembleia da República fez questão de sublinhar, antes de dar a palavra a Cristas, que seria a sua última intervenção, considerando mesmo que, "apesar de muitos debates agrestes", era "com tristeza" que a viam partir.

Há dez anos, entrei para o Parlamento e a minha intervenção foi, precisamente, na área do Orçamento e das Finanças. O que ouvi então, infelizmente, é bastante semelhante ao que ouvi ontem [quinta-feira] e o que aconteceu a seguir é conhecido", afirmou a deputada centrista, pouco antes de se despedir.

Mas antes do adeus, tempo para uma alfinetada ao discurso e, segundo interpretou a própria, vanglória do primeiro-ministro, sobre o facto de o OE2020, o quinto de António Costa, ser um orçamento "de continuidade".

Sobre ele [OE2020], o primeiro-ministro escreveu, primeiro no twitter, e depois repetiu aqui que era um orçamento de continuidade. Continuidade é a palavra, concordamos. Continuidade na maior carga fiscal de sempre (...), continuidade na perda de poder de compra dos contribuintes (...), continuidade no crescimento aquém do nosso potencial (...), continuidade numa economia pouco competitiva (....), continuidade na tendência de degradação da balança comercial (...), continuidado do apoio político - muda-se o nome de aprovação para abstenção, mas mantém-se a responsabilidade política do Bloco, do PCP, dos Verdes e do Pan neste Orçamento e nestas políticas. Em quatro anos, a fotografia macro do nosso país não mudou estruturalmente como podia e devia. Enfrentamos e enfrentaremos desafios para os quais devíamos estar mais bem preparados. O sorvedouro do Estado tudo leva", criticou.

As últimas palavras foram para a casa da democracia.

"Nesta última intervenção, uma palavra de profundo respeito pelo Parlamento, onde se exerce a função mais nobre da democracia. Foi uma honra servir o país", concluiu Assunção Cristas, debaixo de aplausos, entre o PS e os partidos de direita.

Mas apenas Cecília Meireles, colega de bancada, se levantou.

Assunção Cristas, que deixa a liderança dos centristas dentro de 15 dias, em Aveiro, no congresso do partido, vai manter-se como vereadora do CDS-PP na Câmara de Lisboa.

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