Refiliação de Manuel Monteiro no CDS adiada - TVI

Refiliação de Manuel Monteiro no CDS adiada

  • MM
  • 31 out 2019, 21:37
manuel_monteiro

Decisão vai ficar para a futura liderança do partido

A direção de Assunção Cristas não vai decidir, até ao congresso de janeiro, a refiliação no CDS do ex-líder Manuel Monteiro, que deixou o partido em 1998 para fundar a Nova Democracia (ND), foi hoje anunciado.

Essa é uma decisão que ficará na pasta de transição” para a liderança que sair do congresso nacional de janeiro de 2020, afirmou à agência Lusa o secretário-geral do CDS, Pedro Morais Soares.

Após uma progressiva reaproximação aos centristas, desde que se afastou da ND em 2009, Manuel Monteiro participou em várias iniciativas do seu antigo partido, a convite da Tendência Esperança em Movimento (TEM), no ano passado.

Em setembro, entregou a ficha de refiliação na concelhia da Póvoa de Varzim, distrito do Porto, que aprovou a sua inscrição.

Até agora, a direção nada decidiu, o que foi considerado um “ato censório” que “não cabe num partido que se diz pluralista e democrático” afirmou Abel Matos Santos, porta-voz da TEM, à margem do conselho nacional do partido, em 17 de outubro.

Em 1992, com apenas 29 anos, Manuel Monteiro assumiu a liderança do CDS, adotou uma linha de rutura com uma nova geração de dirigentes, pela refundação do partido, claramente de direita, a ponto de o rebatizar Partido Popular.

Deixou a liderança em 1998, e fundou, mais tarde, em 2003, o partido Nova Democracia que se apresentou às eleições, com resultados muitos modestos.

A última vez que concorreu às eleições, nas legislativas de 2011, a Nova Democracia obteve 0,21%, com 11.806 votos, longe de eleger qualquer deputado.

O partido foi extinto pelo Tribunal Constitucional em 2015, por falta de apresentação das contas anuais.

Congresso nacional do CDS vai ser em Aveiro

O 28.º congresso nacional do CDS-PP, em janeiro de 2020, para eleger o sucessor de Assunção Cristas na lideranca, vai realizar-se em Aveiro, informou o secretário-geral do partido.

Em declarações à Lusa, Pedro Morais Soares afirmou que o Centro de Congressos de Aveiro foi o local escolhido e que é o que "melhores condições logisticas e financeiras" oferece quer ao partido quer aos delegados, na sua maioria das regiões norte e centro.

A decisão sobre o local do congresso foi tomada numa reunião em comissão organizadora do congresso, que é liderada pelo secretário-geral centrista.

O congresso, decidido em 17 de outubro, em reunião do conselho nacional, em Lisboa, foi marcado para 25 e 26 de janeiro de 2020, mas o local ficou em aberto, tendo, desde então, sido apresentadas sete candidaturas por parte das estruturas dos partidos.

Após as legislativas de 06 de outubro, em que o CDS teve um dos seus piores resultados - 4,4% e passou de 18 para cinco deputados - Assunção Cristas assumiu a derrota e anunciou a sua saída da liderança.

Até ao momento, há dois candidatos “em reflexão”, João Almeida, deputado e porta-voz do partido, e Filipe Lobo d’Ávila, do grupo "Juntos pelo Futuro", e um candidato assumido, Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento (TEM). Francisco Rodrigues dos Santos, líder da Juventude Popular (JP), também já admitiu entrar na corrida à liderança, afirmando-se "disponível para aquilo que os militantes" entenderem que ele possa "ser mais útil".

A eleição de delegados ao congresso está prevista para 30 de novembro e o prazo para a apresentação de moções globais, com que os candidatos apresentam a sua candidatura à liderança, e as setoriais, termina em 27 de dezembro.

Continue a ler esta notícia