Santos Silva: se Maduro recusar eleições, a UE vai reconhecer Guaidó - TVI

Santos Silva: se Maduro recusar eleições, a UE vai reconhecer Guaidó

  • CE
  • 25 jan 2019, 16:29

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse ainda que se Maduro não "participar nesta solução de transição pacífica" deixa de ser um interlocutor válido na comunidade internacional

Ou Nicolas Maduro aceita realizar "eleições livres no mais breve prazo possível", ou a União Europeia (UE) reconhecerá que só Juan Guaidó o pode fazer, afirmou esta sexta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva.

Se Nicolas Maduro mantiver a intransigência e se recusar a participar nesta solução de transição pacífica, isso significa que mais ninguém poderá contar com ele […] deixará de ser interlocutor válido" para a comunidade internacional, disse Santos Silva à imprensa em Lisboa.

O ministro frisou que, a ser assim, isso significa "o reconhecimento de que só a Assembleia Nacional e seu presidente estarão em condições de conduzir o processo eleitoral".

O líder do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela.

Questionado sobre qual é concretamente o prazo dado ao Presidente venezuelano para aceitar realizar eleições, Santos Silva frisou que “o tempo urge”, ante a crise social e humanitária na Venezuela, mas que esse prazo será anunciado possivelmente ainda hoje.

A única razão porque agora, 15:00 de Lisboa, não digo o prazo é porque ele ainda esta a ser objeto de ajustamento entre os 28, mas certamente ao longo da tarde de hoje a nossa declaração conjunta será publicada e as coisas serão mais claras”, disse.

Essa declaração, precisou, insiste naquelas que são as exigências dos 28 às autoridades venezuelanas: “que respeitem integralmente a legitimidade e os poderes da Assembleia Nacional, que restaurem os poderes da Assembleia Nacional e que respeitem a integridade e a liberdade de todos os deputados e, evidentemente, do seu presidente, Juan Guaidó”.

Para a UE, reiterou, “a única solução pacífica é a realização, no mais breve espaço possível, de eleições livres e justas, organizadas por uma comissão independente e segundo regras democráticas”.

Questionado sobre se, depois da declaração de apoio a Maduro dos comandos militares da Venezuela, não há um risco de a situação degenerar num conflito armado, o ministro apontou sinais de que tanto as forças policiais como as forças militares querem evitar a violência.

É verdade que o controlo das Forças Armadas está ainda formalmente do lado de Nicolas Maduro”, disse, mas os 28 tomam “boa nota de que o mesmíssimo comunicado do ministro da Defesa venezuelana e dos comandos militares que expressa apoio a Maduro faz questão de dizer que as Forças Armadas apelam ao diálogo e não provocarão uma guerra civil”.

Santos Silva frisou que a posição de Portugal, concertada na UE, é a de “apelar a que transição seja pacifica e que não haja recurso à violência, seja ela proveniente de qualquer intervenção externa, seja ela gerada internamente”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros falou à imprensa à margem de um almoço-debate organizado pelo American Club of Lisbon.

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