RTP: «PSD vê-se ao espelho quando fala em pressões» - TVI

RTP: «PSD vê-se ao espelho quando fala em pressões»

  • Portugal Diário
  • JRS
  • 2 abr 2008, 18:59
Augusto Santos Silva quer grandes grupos de media

As palavras são do ministro dos Assuntos Parlamentares Augusto Santos Silva

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O ministro dos Assuntos Parlamentares acusou esta quarta-feira o PSD de se estar a «ver ao espelho» quando diz que o relatório da ERC prova que o Governo condiciona a seu favor a informação na RTP, noticia a agência Lusa.

As palavras de Augusto Santos Silva foram proferidas na Assembleia da República, depois de confrontado com o teor do relatório da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que aponta para um desequilíbrio a favor do Governo e em prejuízo da oposição nos blocos informativos da RTP.

Perante os dados deste relatório, o PSD acusou o primeiro-ministro, José Sócrates, e o ministro dos Assuntos Parlamentares de exercerem pressão junto da RTP.

Na resposta, Augusto Santos Silva declarou que, quando o PSD se queixa de estar sub-representado no conjunto das forças da oposição nos blocos informativos da RTP, «tais críticas estão fundamentadas no relatório» da ERC.

«Mas quando o PSD diz, de forma ridícula ou delirante, que o relatório da ERC comprova que eu próprio condiciono a informação da RTP, então o PSD está a faltar à verdade e a ver-se ao espelho», reagiu.

Alegados casos em que terá havido pressão do PSD

O ministro dos Assuntos Parlamentares passou depois ao contra-ataque e apontou alegados casos em que terá havido pressões para o condicionamento da informação por parte do PSD.

«Quem quis escolher os painéis de comentadores de televisões privadas não fui eu, foi o dr. Luís Filipe Menezes; quem, enquanto ministro dos Assuntos Parlamentares, colocou uma pressão pública intolerável sobre a actuação de um comentador [Marcelo Rebelo de Sousa] numa televisão privada, não fui eu, foi o dr. Rui Gomes da Silva», disse.

No mesmo tom de resposta, Augusto Santos Silva referiu-se ainda a outros casos polémicos nas relações entre o poder político e a informação.

«Quem é Governo e proprietário ao mesmo tempo de jornais, não é o Governo da República, mas o Governo Regional da Madeira; quem denunciou publicamente o programa do segundo canal 'Acontece' e provocou a sua extinção não foi o actual ministro dos Assuntos Parlamentares, mas o ministro da tutela da RTP na altura em que o PSD era Governo», acrescentou.

Segundo o actual ministro dos Assuntos Parlamentares, «o relatório da ERC é um útil instrumento de trabalho, que seguramente será analisado atentamente pela empresa e pela sua direcção de informação».

«Trata-se de um relatório sobre uma área do serviço público de televisão na qual o Governo não tem interferência. Não tenho ilações a tirar, porque não sou responsável nem indirecto nem directo nem indirecto pela informação do serviço público de televisão», alegou em seguida Augusto Santos Silva.
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