Marcelo e Costa desdramatizam resultado do referendo em Itália - TVI

Marcelo e Costa desdramatizam resultado do referendo em Itália

Presidente da República diz que o povo italiano decidiu sobre uma questão constitucional e não sobre a saída do euro ou da União Europeia. E está confiante que eleições de 2017 mostrem isso mesmo

Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa relativizam os resultados do referendo em Itália, que provocaram a demissão do primeiro-ministro, Matteo Renzi. Apesar de estar aberta uma crise política num dos países fundadores da União Europeia, o Presidente da República de Portugal faz questão de separar as águas.

"O que estava em referendo não era o euro, não era a União Europeia. Era uma reforma constitucional, mudar ou não o sistema político italiano", começou por dizer aos jornalistas.

O povo italiano soberanamente disse 'não queremos mudar'. Não disse queremos 'sair do euro, queremos sair da Europa'".

O chefe de Estado mostrou ter "esperança", até "convicção" de que nas eleições do próximo ano "se reafirme vontade da Itália em continuar como país fundador e pais muito forte da Europa". 

Já o primeiro-ministro espera que o referendo não venha a afetar o projeto europeu e "sobretudo que seja possível Itália rapidamente reencontre a estabilidade política e que tenha condições para continuar a ser um dos grandes motores" da UE.  

Há uma marca geral que todos temos de ter consciência: há um enorme descontentamento da Europa relativamente ao funcionamento da Europa. Tem muito a ver com a crise forma como foi gerida e com a dificuldade de resposta. Sem inversão de política está visto que os cidadãos não [se reveem]".

Sobre a forma como o clima de incerteza poderá afetar Portugal, António Costa disse que a recuperação da economia ortuguesa "assenta em bases sólidas".

Aproveitou para tecer vários elogios ao primeiro-ministro italiano demissionário:"Quero em particular desejar ao primeiro-ministro Matteo Renzi que tenha sucesso nas suas próximas iniciativas e que a decisão lúcida e muito corajosa que tomou não comprometa a participação ativa dele no projeto europeu. Tem muito a dar, é uma força de energia de criatividade e combatividade que fará muita falta à Europa".

Nos mercados, os primeiros a reagir mais a quente a situações como esta, a abertura da sessão foi negativa e os bancos italianos afundaram. Porém, a restante Europa rapidamente passou para o lado dos ganhos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português defendeu hoje que a zona euro deve ficar "muito menos dependente dos humores circunstanciais dos mercados", aludindo às reações ao referendo em Itália.

Os mercados financeiros são muito importantes, mas não são o poder nos nossos países. Portanto, devemos acabar de implementar as soluções que criámos de forma a que estejamos muito menos dependentes dos humores circunstanciais dos mercados".

Áustria: alívio pelo resultado das eleições

Quanto à derrota da extrema-direita em Itália, Marcelo Rebelo de Sousa notou que já teve ocasião de "felicitar" o novo presidente austríaco, o candidato independente, apoiado pelos Verdes, Van Der Bellen. "Vejo com felicidade aquilo que pode ser considerado vitória da Europa de uma posição pró-europeia"

O chefe da diplomacia portuguesa congratulou-se igualmente com a eleição de Van der Bellen, destacando o seu alinhamento "com o projeto da democracia liberal e com o projeto europeu".

O novo Presidente eleito é uma personalidade independente que se situa bem no espaço democrático europeu e que fez da defesa da Europa como um projeto comum e da defesa da democracia liberal o seu programa essencial nas presidenciais. É positivo que a Áustria tenha resolvido o impasse político, por causa da necessidade de repetir as eleições e do adiamento dessa repetição".

Apesar da subida dos partidos de extrema-direita na Europa, Santos Silva recordou que, na Europa, "são mesmo muitos milhões os que são a favor do Estado de Direito, da democracia liberal, do projeto europeu, da convivência pacífica de diferentes povos, religiões, etnias e migrações" e que "devem agir no sentido de essa sua grande plataforma comum recuperar a influência dominante que teve na Europa e de que a Europa precisa".

 

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