BE quer "maiorias de transformação à esquerda" nas câmaras - TVI

BE quer "maiorias de transformação à esquerda" nas câmaras

  • VC
  • 4 out 2017, 12:08

Catarina Martins volta a piscar o olho a um entendimento com o PS, que ganhou as eleições autárquicas em Lisboa. Há o caso da capital, mas também outros em que o partido está disponível para acordos

Catarina Martins voltou hoje a insistir em entendimentos nas câmaras municipais, na sequência das autárquicas de domingo passado, declarando-se favorável a "maiorias de transformação à esquerda". Mais uma vez, deu o exemplo da eleição de um vereador em Lisboa que impediu a maioria absoluta do PS e, como há dois dias, piscou o olho a um entendimento com o PS, que ganhou as eleições na capital.

Nas eleições autárquicas de 2017, o BE cresceu em votos e mandatos [mas os] resultados não escondem que o BE tem ainda uma presença modesta no mapa autárquico de Portugal (...) O BE assume que tem um resultado modesto, mas, na verdade, fizemos um grande caminho"

Depois de ontem à noite a Comissão Política do Bloco se ter reunido, hoje em conferência de imprensa Catarina Martins frisou, também, que o partido foi um dos "que mais cresceu em votos nestas eleições autárquicas", o que garante "novas possibilidades de intervenção e atuação" nos municípios e freguesias.

Em Lisboa e no resto do país, "e como definido" na última Convenção do partido, o BE está disponível para "maiorias de transformação à esquerda", sublinhou Catarina Martins, lembrando que "cada concelho é um caso" a avaliar por si mesmo, cita a Lusa.

Na capital, onde o partido elegeu Ricardo Robles, a líder do BE lembrou que eventuais "acordos com base programática" terão de ter em conta as prioridades elencadas pelo partido na campanha eleitoral, nomeadamente em torno de creches, transportes, da taxa turística em prol da cidade "e não dos hoteleiros" e de políticas para habitação.

De todo o modo, prosseguiu, Ricardo Robles, eleito vereador, irá falar à imprensa em breve e poderão surgir contactos a qualquer momento com o PS, partido que venceu o sufrágio na capital.

A coordenadora do BE referiu que a própria "estrutura do poder local", mais "fechada nas suas próprias regras", dificulta a entrada em cena de atores mais recentes como o Bloco.

O BE teve no domingo uma noite eleitoral ‘agridoce’, com o aumento expressivo de votos, a recuperação de um vereador em Lisboa e a eleição de mandatos para autarquias inéditas, mas falhou a conquista de uma câmara.

O objetivo eleitoral traçado pela coordenadora bloquista era dar um salto nas eleições autárquicas de domingo e, em termos de votação, o partido conseguiu cerca de 50 mil votos do que em 2013, estando perto dos 160 mil.

Mas, se o número de votos e o número de mandatos subiu, os bloquistas continuam sem conseguir governar nenhuma câmara municipal, tendo falhado a reconquista de Salvaterra de Magos (perdida em 2013) ou a vitória em Torres Novas, mantendo nestas duas autarquias o número de vereadores das últimas eleições autárquicas.

Questionada pelos jornalistas, escusou-se a comentar a decisão do ainda presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, de não se recandidatar ao cargo, declarando que compete exclusivamente aos sociais-democratas definir o seu futuro.

 

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