Tancos: as frases que marcaram a polémica e que levaram à demissão do ministro - TVI

Tancos: as frases que marcaram a polémica e que levaram à demissão do ministro

  • LCM com LUSA
  • 12 out 2018, 19:19
Azeredo Lopes

O ministro demissionário sempre afastou a tese de sair, oposição sempre lhe apontou o dedo. Recorde a cronologia

Desde o desaparecimento das armas em Tancos que Azeredo Lopes ficou nas "bocas do mundo" e foi muitas vezes posto em "xeque" pela oposição. De António Costa sempre recebeu apoio, mas passado um ano e quatro meses do furto acabou por se demitir.

O ministro demissionário sempre afastou a tese de sair e Marcelo sempre apontou para uma investigação profunda.

Agora recordámos as frases mais fortes neste período sobre o tema, começando em Azeredo Lopes e acabando em Rui Rio a falar em demissão hoje, algo que acabou por acontecer.

 

Assumo a responsabilidade política pelo simples facto de estar em funções.”, Azeredo Lopes, ministro da Defesa, sobre o desaparecimento de armamento nos paióis de Tancos, 01-07-2017

 

O PCP não pode deixar de considerar o assalto a um paiol militar em Tancos como um caso de extrema gravidade e a necessitar de todo o apuramento, incluindo a retirada de consequências.”, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, 01-07-2017

 

Primeiro, não haver dúvidas que se deve investigar até ao fim em matéria de factos e responsabilidades. Segundo, que tem de se prevenir o futuro para que não haja de seis em seis anos furtos destes e com gravidade crescente.”, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, 02-07-2017

 

Estou atónito ao ver a indicação de que tinha sido um jornal espanhol a publicar a lista completa do material que foi furtado em paióis portugueses. É, pelo menos, desrespeitoso para o país que as nossas autoridades não saibam explicar o que se passou e exista um jornal espanhol a publicar [essa informação].”, Pedro Passos Coelho, presidente do PSD, 02-07-2017

 

Se o sistema de vigilância [da Base Aérea de Tancos] está avariado não é porque o comandante quer que esteja avariado há dois anos. É porque não há dinheiro para o reparar. A verdade nua e crua é esta: não há dinheiro. O pouco dinheiro que há vai para as missões ultra prioritárias.”, António Mota, presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas, 04-07-2017

 

Pensando no prestígio de Portugal, no prestígio das Forças Armadas, pensando na autoridade do Estado e na segurança das pessoas, é muito simples: tem de se apurar tudo, de alto a baixo, até ao fim, doa a quem doer.”, Marcelo Rebelo de Sousa, 04-07-2017

 

“Não tinha qualquer conhecimento de uma situação que fosse urgente corrigir, direta ou indiretamente, à segurança daqueles paióis.”, Azeredo Lopes. 07-07-2017

 

Quem está a fazer jogo político [com o roubo de armas em Tancos] são os generais demissionários.”, Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, Diário de Notícias, 10-07-2017

 

“[O ministro da Defesa] tem toda a confiança do primeiro-ministro para o exercício das suas funções.”, António Costa, primeiro-ministro, 11-07-2017

 

[O roubo em Tancos] representou um soco no estômago. Depois de termos levado um soco no estômago, os chefes militares levantaram logo a cabeça. Face ao que aconteceu, há lições a tirar. Há medidas que vão ser tomadas a curto e médio prazo.”, Artur Pina Monteiro, chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, 11-07-2017

 

Vai ou não demitir a sua ministra da Administração Interna? Vai ou não demitir o seu ministro da Defesa Nacional? Se mantiver tudo como está, então, tudo, mas tudo o que acontecer daqui para a frente nestas áreas já não tem qualquer para-raios, tudo lhe será assacado a si diretamente. A sua responsabilidade passa a ser sua e só sua.”, Assunção Cristas, dirigindo-se ao primeiro-ministro, António Costa, no Parlamento, 12-07-2017

 

Obviamente que não demito nenhum ministro, obviamente que não demito a ministra da Administração Interna, obviamente que não demito o ministro da Defesa Nacional. Deixe-me dizer-lhe uma outra coisa ainda mais fácil: tudo aquilo que qualquer uma das minhas ministras ou dos meus ministros fizer, será sempre responsabilidade minha.”, António Costa, 12-07-2017

 

Os acontecimentos que ocorreram são realmente negativos, por aquilo que é conhecido, e não deviam ter acontecido. Mas não são mais do que isso. A instituição militar não é isso. E não se pode crucificar uma instituição por um erro ou por um aspeto negativo que ocorreu.”, Pinto Ramalho, antigo Chefe do Estado-Maior do Exército, 18-07-2017

 

Posso garantir que nunca houve qualquer informação prévia que chegasse ao CISMIL [integrado no Estado-Maior General das Forças Armadas], nunca chegou qualquer informação sobre ameaça ou que poderia existir uma ameaça neste sentido.”, Pina Monteiro, ex-chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, 25-07-2017

 

Não desdramatizo. Foi grave [o assalto aos paióis em Tancos].”, Marcelo Rebelo de Sousa, Diário de Notícias, 30-07-2017

 

No limite, pode não ter havido furto nenhum. Como não temos prova visual nem testemunhal, nem confissão, por absurdo podemos admitir que o material já não existisse e que tivesse sido anunciado... e isto não pode acontecer. Não posso garantir, em definitivo, que não haverá mais furtos.”, Azeredo Lopes, TSF/Diário de Notícias, 10-09-2017

 

Se o ministro da Defesa não sabe, acha que não tem de saber, não quer saber, então, pois que saia do seu cargo. Se o senhor ministro da Defesa acha que pode ser um qualquer cidadão que faz perguntas, mas que não tem nenhuma responsabilidade nas respostas, então deve sair do Governo e tornar-se um comum cidadão, porque não compreendeu ainda a natureza do seu cargo.”, Assunção Cristas, 10-09-2017
 

O ministro da Defesa não acertou quando não assumiu, designadamente, responsabilidades políticas [no caso do desaparecimento de armas dos paióis de Tancos].”, Jerónimo de Sousa, 12-09-2017

 

Há uma certa perplexidade quando o Governo, depois do tempo todo que já passou, diz que não sabe se existiu ou não um roubo em Tancos. Eu acho que nós temos que compreender o que é que significam estas declarações, porque é que elas são feitas.”, Catarina Martins, coordenadora do BE, 12-09-2017

 

“[O Governo] fez o que devia ser feito e num tempo muito curto [na sequência do furto no paiol de Tancos].”, Azeredo Lopes, 18-09-2017

 

Hoje, sabemos que não há nenhum relatório que tenha sido produzido pelos serviços de informações, quaisquer que eles sejam. E é importante saber quem foi, com que motivação foi fabricado esse documento, falsamente atribuído aos serviços de informações.”, Azeredo Lopes, 24-09-2017

 

Quando [o ministro da Defesa] se diz que alguma coisa é fabricada e tem propósitos políticos, a primeira interpretação é que alguém, maldosamente no espaço político está a querer criar embaraços políticos ao Governo, não vejo quem possa ser, mas cabe ao ministro esclarecer.”, Pedro Passos Coelho, ex-presidente do PSD, 25-09-2017

 

“O ministro da Defesa não sabia nem tinha que saber o que se passava em Tancos.”, António Costa, TSF, 29-09-2017

 

Tenho a certeza de que houve um furto. Não lhe chamemos assalto, chamemos um furto. (…) Tenho a certeza na base dos dados das averiguações que foram conduzidas.”, Rovisco Duarte, chefe do Estado-Maior do Exército, 31-10-2017

 

Qualquer que seja o resultado dessa averiguação [ao desaparecimento de armas em Tancos], importa que os portugueses o conheçam. (…) O Presidente não se envolve no tempo da justiça, limita-se a dizer em voz alta o que os portugueses pensam em voz baixa.”, Nota da Presidência da República, 29-06-2018

 

"Eu até posso parecer, mas não sou da Polícia Judiciária e, portanto, aquilo que eu tinha a dizer já o disse. É uma matéria que está em segredo de justiça. Fui ao parlamento pela quarta, quinta ou sexta vez sobre esta questão. Não havendo nada a assinalar, não há nada a assinalar.”, Azeredo Lopes, 23-07-2018

 

O Presidente da República relembra que insistiu desde o primeiro dia no esclarecimento integral do caso de Tancos e na importância da investigação criminal; ainda recentemente, a 10 de setembro, reiterou que esperava desenvolvimentos nessa investigação.”, Nota da Presidência da República, 25-09-2018

 

Perante as mais recentes notícias, mantém a confiança no ministro da Defesa Nacional, no Chefe do Estado-Maior do Exército e no diretor da PJM? Sim ou não.”, Assunção Cristas, dirigindo-se a António Costa, 26-09-2018

 

Como é público e notório, não só mantenho o meu ministro [da Defesa] como mantenho a ministra da Justiça. Mantenho todos os membros do Governo.”, António Costa, 26-09-2018

 

Sempre disse que uma investigação criminal [ao caso do roubo de Tancos] era fundamental.”, Marcelo Rebelo de Sousa, 27-09-2018

 

[O CDS] É um partido político, está a fazer oposição, considera que eu devo demitir-me [devido ao caso de Tancos], por isso encaro isso sem quaisquer 'hard feelings', sem críticas pessoais, embora às vezes até pareça uma espécie de 'bullying' político.”, Azeredo Lopes, 04-10-2018

 

[O ministro da Defesa] Não tinha [condições para continuar no cargo] quando o roubo ocorreu e continua a não ter agora, depois de tudo o que se vai sabendo e que, naturalmente, precisa de ser confirmado.”, Assunção Cristas, 04-10-2018

 

Quer o senhor ministro da Defesa Nacional, quer o tenente general Martins Pereira, que era então seu chefe de gabinete, já fizeram um desmentido absolutamente categórico de notícias que têm vindo a lume de factos que lhe teriam sido imputados. Não vejo nenhuma razão para alterar essa confiança. Com certeza falta muita coisa esclarecer, desde logo a captura dos ladrões.”, António Costa, 05-10-2018

 

Não há verdadeira democracia sem atenção a entidades estruturantes como as Forças Armadas.”, Marcelo Rebelo de Sousa, 05-10-2018

 

O 05 de Outubro é uma comemoração profundamente estrutural, uma data histórica do país. Tancos por muito grave que possa ser é uma questão de momento. Daqui por seis, sete ou dez anos passou despercebido, como é lógico.”, Rui Rio, 05-10-2018

 

Tancos não pode servir para minar a autoridade do Governo sobre as Forças Armadas.”, Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, TSF/Diário de Notícias, 07-10-2018

 

Nem confiança nem desconfiança. Seria prematuro fazer um julgamento apressado. Não condenamos nem absolvemos antes de tempo.”, Jerónimo de Sousa, sobre a atuação do ministro da Defesa no caso de Tancos

09-10-2018

 

Este ministro da Defesa já não devia estar lá há muito tempo. Lamentamos que continue. Tem o apoio do primeiro-ministro? Também me recordo do apoio do primeiro-ministro à ministra da Administração Interna durante muito tempo...”, Assunção Cristas, 09-10-2018

 

Os portugueses reveem-se e confiam nas suas Forças Armadas. A relevância da sua missão, os seus valores e princípios, o firme sentido do dever, e o seu exemplar desempenho na defesa da nossa soberania, prestigiam Portugal e constituem motivo de orgulho para todos os portugueses.”, Marcelo Rebelo de Sousa, 09-10-2018

 

Às tantas fala-se da devolução [das armas roubadas em Tancos], imenso, mas para haver devolução é porque elas primeiro foram furtadas. Quanto às duas situações, [tudo] deve ser apurado integralmente, doa a quem doer.”, Marcelo Rebelo de Sousa, 10-10-2018

 

[O caso de Tancos] É o mais grave atentado ao estado de Direito. Se alguém dentro das Forças Armadas foge ao controlo político é o Estado de direito que está em causa. Esta matéria tem que ter absolutamente a intervenção do Presidente da República que é o comandante supremo das Forças Armadas.”, Ana Gomes, eurodeputada do PS, 11-10-2018

 

“Se eu fosse primeiro-ministro, o ministro da Defesa já tinha saído. Penso até que, através de conversas a dois, ele teria saído pelo seu próprio pé.”, Rui Rio, 12-10-2018

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