Rui Rio não vai ao congresso do PSD para evitar "ser um elemento central" - TVI

Rui Rio não vai ao congresso do PSD para evitar "ser um elemento central"

Rui Rio [Foto: Lusa]

Ex-vice-presidente do PSD diz também que há muito por explicar na questão do Banif, da supervisão à intervenção europeia e que o primeiro-ministro e o Presidente da República fizeram bem em "tentar influenciar" o futuro da banca nacional

O ex-vice-presidente do PSD Rui Rio disse esta quarta-feira que não vai ao congresso do partido, marcado para este fim de semana em Espinho, porque se arriscaria “a ser um elemento central do congresso”.

Se eu lá fosse, ainda me arriscava a ser um elemento central do congresso. O doutor Pedro Passos Coelho resolveu candidatar-se, com base em ter sido o mais votado (embora não o vencedor). Tem essa legitimidade, eu não quero perturbar", disse Rui Rio, numa entrevista à rádio TSF.

Rui Rio diz também que há muito por explicar na questão do Banif, da supervisão à intervenção europeia e que o primeiro-ministro, António Costa, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fizeram bem em "tentar influenciar" o futuro da banca nacional.

Na entrevista, o ex-vice-presidente do PSD explica que, até pelo "valor estratégico muito grande" que o setor da banca tem, "o poder político, podendo, deve interferir e influenciar as grandes questões estratégicas para o país".

Sobre a crítica do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, à intervenção do Governo e do Presidente da República nesta matéria, Rui Rio afirmou: "Se calhar não é assim para um liberal, mas tenho uma perspetiva social-democrata".

Nas declarações que prestou à TSF, o economista, ex-vice-presidente do PSD e ex-presidente da Câmara do Porto, considerou ainda que é preciso bater o pé à Europa, que forçou uma venda rápida do Banif ao Santander e que foi prejudicial ao país.

"Foram três mil milhões num fim de semana, é disto que estamos a falar", afirmou o economista, que relatou ter andado a rever as últimas contas do banco e que lembrou que este valia 675 milhões poucos meses antes da venda.

Em seu entender, "há uma certa hipocrisia quando não entraram soldados, mas entram instâncias europeias a dizer: esse banco é para ali e façam favor de por os contribuintes portugueses a pagar".

Por isso, o economista coloca-se ao lado dos que defendem que é preciso contrariar uma "espanholização" da banca portuguesa.

Rio faz ainda uma outra crítica à Europa, a propósito das notícias que dizem que o Banco Central Europeu (BCE) está contra a entrada da empresária angolana Isabel dos Santos no BCP.

Uma coisa é usar poderes de supervisão, outra é prejudicar o interesse nacional. Não permitir que Isabel dos Santos entre no BCP é intolerável. Porque o que está em causa é conseguir que seja determinado banco o acionista do BCP", declarou.

Quanto ao Novo Banco, Rui Rio considerou que "não pode ser vendido à pressa”.

“Não me choca nada capitalizar o Novo Banco com dinheiro público, para ficar em condições de ser bem vendido. Se quiserem chamar a isso nacionalização do NB chamem, não me choca nada. Não tenho preconceitos ideológicos", acrescentou.

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