Catarina Martins diz que Direita quer evitar conclusões sobre CGD - TVI

Catarina Martins diz que Direita quer evitar conclusões sobre CGD

  • 25 fev 2017, 15:42

Coordenadora do Bloco de Esquerda acusa PSD e CDS de "fazer tudo" para que comissão de inquérito não dê em nada. Bloquista alerta ainda para que interesses não sejam sobrevalorizados nas relações com Angola

Em Estremoz, numa visita ao mercado, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, acusou PSD e CDS de estarem empenhados em que a comissão de inquérito em curso sobre a recapitalização da GGD "não possa tirar conclusões".

Há uma comissão de inquérito em curso ao processo que levou à necessidade de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e essa comissão de inquérito já teve duas audições que não ocorreram, por culpa do PSD e do CDS", disse Catarina Martins.

Para Catarina Martins, "há matérias tão importantes como a recapitalização mal feita pelo anterior governo e a venda da [seguradora] Fidelidade aos chineses da Fosun, que acabaram por comprar a Fidelidade com o dinheiro da própria Fidelidade, que devem ser investigadas pela comissão de inquérito em curso e devem ter conclusões".

Parece-nos que o PSD está a fazer tudo para que não haja conclusões dessa comissão de inquérito em curso, e isso o Bloco de Esquerda não permite".

Segundo Catarina Martins, o Bloco de Esquerda participa "sempre com muito empenho em todas as comissões de inquérito", mas "devem ter conclusões", considerou.

Solidária com "democracia em Angola"

A líder do Bloco de Esquerda salientou ainda que o seu partido "é solidário" com aqueles que querem "uma democracia em Angola" e defendem para aquele país "uma separação do poder político e do judicial".

Portugal é uma democracia, um Estado de direito, em que há separação entre o poder judicial e o poder político. Se em Angola isto não é claro, é um problema sobretudo para o povo angolano", disse Catarina Martins.

Em causa estão as recentes divergências manifestadas pelo governo angolano, face à acusação judicial de que é alvo em Portugal, o vice-presidente Manuel Vicente.

Nenhum interesse de negócios pode levar a que Portugal ceda na prossecução da justiça e na independência do poder judicial em relação ao político", defendeu Catarina Martins.

O Governo angolano classificou na sexta-feira como "inamistosa e despropositada" a forma como as autoridades portuguesas divulgaram a acusação do Ministério Público de Portugal ao vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, e alertou que essa acusação ameaça as relações bilaterais.

A posição surge numa nota do Ministério das Relações Exteriores de Angola, distribuída na sexta-feira, protestando veementemente contra as referidas acusações, "cujo aproveitamento tem sido feito por forças interessadas em perturbar ou mesmo destruir as relações amistosas existentes entre os dois Estados".

 

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