Catarina Martins para PSD e CDS: “Não nos meçam pela vossa bitola” - TVI

Catarina Martins para PSD e CDS: “Não nos meçam pela vossa bitola”

  • MM
  • 2 nov 2017, 17:57

Coordenadora bloquista considerou esta quinta-feira "grave" o argumento da direita de que o Orçamento do Estado para 2018 serve "clientelas de esquerda"

A coordenadora bloquista considerou esta quinta-feira "grave" o argumento da direita de que o Orçamento do Estado para 2018 serve "clientelas de esquerda", com o primeiro-ministro a associar-se às críticas, garantido que governa "para todos".

No debate da generalidade do Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) no plenário da Assembleia da República, Catarina Martins deixou um pedido aos deputados do PSD e CDS-PP: "não nos meçam pela vossa bitola, não nos confundam".

Numa referência às críticas da direita ao OE2018, Catarina Martins considerou ser "grave" que PSD e CDS-PP digam que este orçamento "responde a clientelas da esquerda".

A mesma direita que baixou impostos sobre as maiores empresas do país, que fez negócios da China na energia, vistos Gold, chama servir clientelas a recuperar salários e pensões, chama clientelas a quem trabalha ou trabalhou toda uma vida", condenou.

Na resposta, o primeiro-ministro, António Costa, foi perentório: "não governamos para clientelas, governamos para o conjunto dos trabalhadores".

Não governamos para os funcionários públicos, desconhecendo o que é preciso fazer no setor privado. Nós governamos para todos, independentemente da geração ou da profissão", assegurou.

Catarina Martins pediu ainda a António Costa uma "garantia dupla": que em 2017 o investimento e a despesa que estavam no orçamento sejam efetivamente executados e que o OE2018 tenha investimento que é mesmo para ser executado.

"No momento em que o Governo tem que responder pela tragédia dos fogos e pela responsabilidade de reconstruir o país é fundamental" esta garantia, concretizou.

Para a líder do BE, o "Governo tem que responder pelo investimento público e pelo funcionamento dos serviços públicos".

O Governo tem executado menos do que é orçamentado para atingir metas de défice ainda mais baixas do que aquelas que estão acordadas com Bruxelas. Todos queremos contas públicas certas, mas reduzir o défice criando novos défices porque se fragilizam funções essenciais do Estado é um caminho perigoso", condenou.

Na intervenção, Catarina Martins recordou também as críticas feitas por PSD e CDS-PP de ausência de reformas neste OE2018.

Esquecem-se PSD e CDS que de facto reforma no seu léxico significa apenas cortes nos salários e pensões. A direita pode torturar os números à vontade, mas o que estes dois comprovam é que é recuperando salários e pensões que a economia cresce e que se cria emprego", sublinhou, defendendo que se deixe "a direita entregue às suas crises" para passar para "questões complicadas deste OE2018".

Na resposta à intervenção da líder do BE, o primeiro-ministro evidenciou que Catarina Martins "chamou à atenção para a duplicidade do discurso da direita".

Sempre que apresentamos uma proposta que beneficia a função pública, a direita diz que estamos a trabalhar para a nossa clientela. Cada vez que há uma categoria da função pública que protesta, a direita corre imediatamente a apoiar", apontou.

O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, valorizou os "avanços" da proposta orçamental na reposição de direitos e rendimentos, desejando que "fique enterrada no passado" a "política de cortes do PSD e do CDS-PP".

Sendo hoje dia de finados, não estranhamos que o PSD e o CDS-PP tenham trazido aqui uma homenagem à sua política de cortes e de empobrecimento e de exploração que, pela parte do PCP, desejamos que fique enterrada no passado da nossa vida nacional e que não seja recuperada seja pela mão de quem for", disse João Oliveira.

Num pedido de esclarecimento ao primeiro-ministro durante o debate do Orçamento do Estado para 2018, João Oliveira disse que o partido "valoriza" a "reposição de direitos e rendimentos" consolidada na proposta de Orçamento do Estado para 2018, que tem "limitações" e exige "opções de rutura com a política de direita".

Fazemos esta apreciação com a noção de que em tudo o que é avanço está presente a intervenção do PCP", disse.

 

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