A candidata presidencial Marisa Matias defendeu este sábado que um Presidente da República não deve ter medo da Europa e que um chumbo ao orçamento retificativo “deveria ter sido o primeiro sinal de mudança” dado a Bruxelas.
“Para Presidente da República é preciso alguém que não tenha medo de ser aliado do governo e da Assembleia, com lealdade e cooperação, mas sobretudo que não tenha medo de ser um aliado das pessoas que aqui vivem e aqui querem viver”, afirmou a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda.
Para Marisa Matias, que falava durante uma sessão intitulada “E se acabássemos com o medo?” no Porto, o Presidente da República deve “ser aliado com a maioria e não com um grupo restrito de pessoas que representam interesses que não são os de todos”.
A deputada europeia admitiu ainda estar “farta da mentira e farta da farsa que se criou em Portugal em relação à Europa, à União Europeia, às imposições e aos sacrifícios” pelo que o chumbo ao orçamento retificativo, que se deveu à resolução do Banif, “poderia e deveria ter sido o primeiro sinal de mudança e de dizer a Bruxelas e a Berlim que em Portugal alguma coisa começou a mudar”.
“Os outros não obedecem, nós vamos começar a não obedecer também porque temos um país para defender”, frisou a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda lembrando que “quando houve contradições entre as imposições de Bruxelas e o que estava escrito na Constituição”, ganhou a Constituição e “a vida continuou” e “ninguém morreu por isso”.