Congresso PCP: Jerónimo é o "político mais respeitado pelos portugueses" - TVI

Congresso PCP: Jerónimo é o "político mais respeitado pelos portugueses"

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  • 28 nov 2020, 10:57

O dirigente comunista e autarca de Loures, Bernardino Soares, exclui a hipótese de liderar o Partido no futuro

O dirigente comunista e autarca de Loures, Bernardino Soares, excluiu, neste sábado, a hipótese de liderar o PCP no futuro, e defendeu que o atual secretário-geral, Jerónimo de Sousa, é o politico mais respeitado pelos portugueses.

Eu acho que o meu camarada Jerónimo de Sousa é uma das personalidades - talvez a personalidade política no nosso país, não só no PCP -, mais respeitada pelos portugueses. Isso tem um valor próprio, que é mérito dele, e também resultado da sua intervenção em representação do PCP. Portanto, é um camarada que tem muito ainda a dar pelo nosso partido”, afirmou, em entrevista à Agência Lusa.

O atual líder comunista tem 73 anos e está no cargo há 16, tendo vindo no último ano e meio a alimentar um tabu sobre a sua continuidade como secretário-geral do quase centenário partido.

Há quatro anos, uma semana antes da reunião-magna de Almada, o ex-líder parlamentar do PCP também fora taxativo: “Jerónimo de Sousa tem belíssimas condições para continuar, um enorme prestígio junto da população, que é também o prestígio do PCP, mas também tem uma marca muito própria da pessoa que ele é e da forma como sempre interveio na vida política — indesmentível.”

O autarca de Loures, de 49 anos, desvalorizou a tese que tem sido publicada em alguns órgãos da comunicação social de que seria eleito este fim de semana um adjunto para Jerónimo de Sousa, à semelhança do sucedido aquando do abandono do histórico Álvaro Cunhal, lentamente substituído por Carlos Carvalhas, entre 1990 e 1992.

Penso que isso é mais uma especulação à volta desta questão. Não tenho sobre isso nenhuma opinião ou comentário. O Comité Central que for eleito reunirá, decidirá em relação aos órgãos dirigentes, organismos executivos - não só o secretário-geral, mas os restantes. Estou certo de que a solução encontrada dará mais força à direção do partido para continuar estas lutas tão importantes em que estamos envolvidos”, disse.

Questionado sobre a grande ovação que recebeu na véspera, durante o seu discurso aos cerca de 600 delegados comunistas, Bernardino Soares agradeceu a “amabilidade dos camaradas” e justificou-a com o facto de ser “o anfitrião”, uma vez que é o edil local.

Rejeito completamente [vir a ser secretário-geral do PCP]. Não é essa a minha perspetiva, que é continuar a trabalhar na Câmara Municipal de Loures (CML). Quando terminar essa função, porque terminará, naturalmente, um dia – espero que não seja no próximo ano e que seja mais para a frente -, continuarei a dar o meu empenho ao meu partido, seja em que tarefa for”, garantiu.

O autarca está a cumprir o seu segundo mandato e só poderá a concorrer a mais um, em outubro de 2021.

Marcelo acusado de usar “estruturas do poder” para promoção antes das presidenciais

O dirigente comunista João Frazão acusou hoje Marcelo Rebelo de Sousa de usar as "estruturas do poder" na pré-campanha das presidenciais e avisou que a candidatura de João Ferreira não abdicará do contacto direto com os eleitores.

Estas posições transmitidas por João Frazão sobre as eleições para a Presidência da República, em 24 de janeiro, mereceram depois um forte aplauso por parte dos delegados presentes no XXI Congresso do PCP, motivando também uma manifestação de apoio ao candidato comunista João Ferreira.

"João avança com toda a confiança", gritou-se, de pé e de punho direito erguido, no final da intervenção do membro da Comissão Política do PCP.

João Frazão fez uma intervenção totalmente dedicada à questão das próximas eleições para Presidente da República, criticou o chefe de Estado, embora sem nunca citar o nome de Marcelo Rebelo de Sousa, e atacou a comunicação social.

O membro da Comissão Política do PCP alertou os delegados do seu partido que, a pretexto da epidemia de covid-19 em Portugal, se pretende "promover o medo, a resignação e a desistência, apontando o dedo a quem queira contactar as pessoas".

É uma espécie de tempestade perfeita para promover os mesmos de sempre, os que beneficiam dos favores da comunicação social e dos grupos económicos. Aí os vemos, os que dizem não ser ainda candidatos e que, se forem, dizem que farão uma campanha muito frugal a usar as estruturas do poder para se promoverem todos os dias", acusou, numa alusão a Marcelo.

João Frazão atacou em seguida "os que alimentam projetos reacionários ao serviço do grande capital, aparecendo por tudo o por nada a gritar contra o sistema, sendo alimentados por aqueles que são o suporte desse mesmo sistema".

"João Ferreira tem andado pelo país, dando voz aos trabalhadores, às populações, à juventude, aos micro e pequenos empresários, aos agricultores e às mulheres em defesa do Serviço Nacional de Saúde, dos serviços públicos e da produção nacional, as forças e agentes de segurança, o direito à cultura e às liberdades. Mas, camaradas, qual a razão para não ter aparecido na comunicação social?", questionou.

De acordo com o dirigente comunista, "aqueles que choram lágrimas de crocodilo pela falta de participação tudo fazem para garantir que os trabalhadores e o povo não conheçam a candidatura de João Ferreira".

Ou seja, de acordo com João Frazão, João Ferreira "não vai abdicar de ir às empresas, indo onde estiveram as pessoas, aos bairros, às localidades, às aldeias".

Uma campanha que se fará garantindo todas as condições de segurança sanitária que a situação exige", acrescentou.

JCP faz congresso em maio de 2021

A Juventude Comunista Portuguesa (JCP) vai realizar o seu XII congresso nacional em 15 e 16 de maio de 2021, em ano de comemoração do centenário do partido, foi hoje anunciado.

O anúncio foi feito por Alexandra Pinto, da direção da JCP, no segundo dia de trabalhos do XXI congresso.

A dirigente comunista afirmou ao congresso que o “caminho é apenas um, a luta” e disse a reunião deste fim de semana é importante para “renovar energias”.

Comunistas arrancam em janeiro com preparação das autárquicas para "grande resultado"

O dirigente comunista Armindo Miranda apontou hoje o início do próximo ano como data para o início do trabalho do partido rumo às eleições autárquicas, marcadas para outubro de 2021, e disse esperar um "grande resultado".

No segundo dia do XXI Congresso do PCP, o dirigente comunista Armindo Miranda interveio para definir as linhas de trabalho prioritárias para as eleições autárquicas, apontando janeiro de 2021 como a data de início desse trabalho.

Camaradas, estas linhas de trabalho, não são para ter início lá para maio ou junho, é já a partir do inicio do ano [2021] que temos de fazer este trabalho , de forma decidida e determinada”, declarou.

De forma a “proporcionar a um número mais alargado de portugueses os benefícios da gestão distintiva da CDU” [coligação PCP/PEV], as linhas de trabalho do partido, segundo o dirigente, terão de passar, “no imediato”, pela “ação autárquica marcada pela proximidade”, reforçando e criando comissões de concelhia e de freguesia, “responsabilizando camaradas e amigos com tarefas concretas”.

Nas autarquias onde estão em maioria, será prioritário “prestar contas à população”, “divulgar o trabalho da CDU” e “valorizar a obra realizada”, fundamentando “os atrasos ou insuficiências da autarquia”.

Em câmaras ou juntas de freguesia em que a força política do PCP é menor, o dirigente considera necessário “prestar contas à população” da atividade, como “as propostas apresentadas nos órgãos autárquicos e o resultado das votações”.

Sem estabelecer objetivos eleitorais concretos, o PCP pretende “consolidar e reforçar a sua força com mais votos e mais mandatos”, concorrendo a todos os órgãos municipais e ao “maior numero de freguesias possível”, afirmando esperar "um grande resultado".

Referindo que, em 2017, participaram nas listas da CDU às autarquias “cerca de 12 mil independentes”, Armindo Miranda considerou que o partido tem condições “para manter ou mesmo reforçar essa participação”.

Nas eleições autárquicas de 2017, os comunistas conseguiram maioria em 24 Câmaras Municipais, incluindo Loures, tendo obtido 489.089 votos.

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