Bloco: "Acordo só será público" depois de aprovado pelos outros partidos - TVI

Bloco: "Acordo só será público" depois de aprovado pelos outros partidos

  • Redação
  • AM - Notícia atualizada às 14:03
  • 6 nov 2015, 09:14

Comissão Política do Bloco de Esquerda "aprovou na noite de quinta-feira o documento de trabalho resultante das negociações com o Partido Socialista". Já o PCP continua “a trabalhar” para acordo

O Bloco de Esquerda (BE) disse esta sexta-feira à agência Lusa que os pormenores sobre o acordo com o PS só vão ser tornados públicos depois de os outros partidos em conversações aprovarem o documento nas respetivas direções

“O acordo só será público depois de os outros partidos aprovarem nas respetivas direções, pelo que, para já não, iremos comentar mais nada”, respondeu à Lusa fonte do partido, depois de questionada sobre os pormenores das negociações com o PS.

O BE anunciou hoje de madrugada na sua página oficial a conclusão das negociações com o PS para a formação de uma alternativa de Governo, considerando que estão criadas as condições para um acordo à esquerda.

Este anúncio foi feito através de uma breve publicação, intitulada "Bloco concluiu negociações com PS", com o seguinte conteúdo: "A Comissão Política do Bloco de Esquerda aprovou na noite de quinta-feira o documento de trabalho resultante das negociações do Bloco com o Partido Socialista".

No mesmo texto, colocado no 'site' esquerda.net, pode ler-se: "A Comissão Política congratula-se com este resultado. Pela parte do Bloco, as negociações com o PS estão concluídas e estão reunidas as condições para um acordo à esquerda pela proteção do emprego, dos salários e das pensões".

O mesmo anúncio foi feito, por volta da 01:00, no Twitter, pela porta-voz do BE, Catarina Martins, que na sua conta oficial nesta rede social remeteu para a curta declaração colocada no 'site' deste partido.
 
Além da assessoria do BE, a Lusa contatou as dirigentes bloquistas Catarina Martins e Mariana Mortágua, mas sem obter resposta.
 

PCP continua “a trabalhar” para acordo


O PCP mantém-se a negociar um acordo que viabilize uma governação alternativa do PS, disse hoje à Lusa fonte partidária, adiantando que "Os Verdes" vão reunir, durante a manhã, uma última vez com os socialistas, no parlamento.

"Continuamos a trabalhar", vincou a fonte, escusando-se a revelar detalhes quanto ao curso das negociações.

O secretário-geral do PS, António Costa, deslocou-se na quarta-feira à noite à sede nacional comunista
, na rua Soeiro Pereira Gomes, para um último esforço de conciliação com o seu homólogo do PCP, Jerónimo de Sousa, antes das reuniões dos órgãos socialistas, marcadas para o fim de semana.
 

PEV vai prosseguir negociações com PS


O Partido Ecologista "Os Verdes" vai prosseguir o trabalho de negociação com o PS para uma alternativa governativa, com "toda a delicadeza", a fim de colocar a coligação PSD/CDS-PP na oposição, sem participar num eventual executivo de esquerda.

A dirigente ecologista Manuela Cunha, após novo encontro com socialistas, no parlamento, reiterou que "Os Verdes" estão "extremamente empenhados em encontrar pontos de convergência", algo que "dá trabalho, um trabalho novo", de "tentar limar arestas, de forma a servir o país e os portugueses", tendo ficado "em cima da mesa mais reuniões e trabalho conjunto" nas próximas horas e dias.

"Há matéria que já se consensualizou. Há matéria também já eliminada, sobre a qual não há consenso possível. O que estamos aqui a fazer é a busca de mais e melhores consensos", continuou a membro da comissão executiva do PEV, referindo-se "não só" a "propostas concretas de governação", mas também "à forma como elas se vão efetivar", pois "isto tem toda uma delicadeza... porque os grupos parlamentares e os partidos têm políticas e programas diferentes".

Segundo Manuela Cunha, o PEV recusa-se a "fazer como outros", pois "acordos são acordos e fazem-se em reuniões, de forma séria, e quando houver resultados serão públicos", numa clara alusão a declarações anteriores da porta-voz do BE, Catarina Martins.

Sobre as afirmações do primeiro-ministro e presidente do PSD, Passos Coelho, que admitiu estar preparado para ocupar o lugar na oposição se se confirmar a queda do executivo conjunto com o democrata-cristão Paulo Portas, por ação da maioria de esquerda, a dirigente do PEV sentenciou o lugar do atual chefe de Governo.

"Ele lá saberá. Se calhar, já devia estar na oposição desde o momento em que o Presidente da República decidiu qual seria a composição do Governo", afirmou.

Hoje mesmo, os bloquistas anunciaram, na Internet, a conclusão das negociações com o PS, considerando que estão criadas as condições para um acordo à esquerda, mas remeteu a divulgação de pormenores sobre o acordo com os socialistas para depois da aprovação da decisão por parte dos outros partidos ainda em conversações.

A reunião bilateral de hoje entre PEV e PS era suposto ser a derradeira, mas a troca de propostas constante entre as diversas forças políticas obrigou à reanálise de diversas matérias, segundo Manuela Cunha.
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