Bloco diz que Marcelo se opôs à lei de bases que protege SNS e "heróis da saúde" - TVI

Bloco diz que Marcelo se opôs à lei de bases que protege SNS e "heróis da saúde"

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  • 10 jun 2020, 14:44
Marisa Matias

Reação surge depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter homenageado, durante o discurso na cerimónia de comemoração do 10 de Junho, os "heróis da saúde" que têm tratado os doentes com Covid-19

O Bloco de Esquerda (BE) afirmou esta quarta-feira que o Presidente da República opôs-se à lei de bases que protege o Serviço Nacional de Saúde, apesar do elogio aos "heróis da saúde" no discurso do 10 de Junho.

A eurodeputada e antiga candidata presidencial apoiada pelos bloquistas, Marisa Matias, comentou esta quarta-feira pelo BE, num vídeo enviado às redações, o discurso do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia do 10 de Junho.

Perante a ameaça da doença e da desumanização da resposta, o povo português não se deixou derrotar nem por uma nem por outra. A pandemia ensinou-nos que os bens essenciais do país são o trabalho e os serviços públicos”, começou por referir.

Concretamente sobre a intervenção do chefe de Estado, Marisa Matias registou “a referência ao Serviço Nacional de Saúde e ao heroísmo dos seus profissionais”.

É verdade que este é o momento para as alterações estruturais e não para os remendos. Começamos a fazê-lo com a aprovação da Lei de Bases da Saúde, uma aprovação feita pela esquerda parlamentar, apesar da oposição do próprio Presidente da República”, criticou.

Segundo a candidata que disputou as últimas eleições presidenciais com Marcelo Rebelo de Sousa, “a Lei de Bases da Saúde protegeu o Serviço Nacional de Saúde e acabou com a obrigação de o Estado financiar o negócio privado da saúde”.

Não está tudo feito. É preciso que o reconhecimento dos profissionais passe das palavras aos atos e continuar a reforçar a capacidade do Serviço Nacional de Saúde público e universal”, defendeu.

Assim, para Marisa Matias, “é preciso proteger todos os trabalhadores da precariedade”, assinalando que “muitos dos trabalhadores essenciais” referidos por Marcelo Rebelo de Sousa “não têm direitos laborais”.

A pandemia, com a resposta extraordinária dos hospitais públicos, enquanto os privados fechavam as portas, provou que o SNS é o que responde pelo país”, enalteceu.

A eurodeputada do BE quis ainda acompanhar a referência do cardeal Tolentino Mendonça “aos idosos que não podem ser abandonados, aos jovens que não podem ser precários, aos emigrantes que não podem ser secundarizados, aos cuidadores que não podem ser esquecidos”.

É este povo, na sua diversidade e com a sua energia, que constrói o país e vencerá a pandemia”, agradeceu.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, homenageou esta quarta-feira os "heróis da saúde" que têm tratado os doentes com Covid-19, considerando que têm tido um "heroísmo ilimitado a fazer de carências e improvisos excelência".

Já Tolentino Mendonça avisou que “a vida é um valor sem variações”, defendendo o relançamento da aliança intergeracional para ajudar os idosos, as “principais vítimas da pandemia”, a serem “mediadores de vida para as novas gerações”.

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