Catarina Martins diz que compromisso de Mário Centeno é fazer Orçamento Suplementar - TVI

Catarina Martins diz que compromisso de Mário Centeno é fazer Orçamento Suplementar

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  • 14 mai 2020, 18:43

Líder bloquista diz que "o mais importante é travar injeções para a Lone Star"

A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou hoje que o compromisso do ministro das Finanças é elaborar o Orçamento Suplementar, que será apresentado em junho, mas remeteu para o primeiro-ministro esclarecimentos sobre o futuro de Mário Centeno.

Catarina Martins deixou esta referência sobre Mário Centeno em declarações aos jornalistas, após ter sido recebida pelo primeiro-ministro, António Costa, em São Bento.

Tanto quanto me é dado a perceber, Mário Centeno irá fazer Orçamento Suplementar. Será esse o compromisso que tem. Mas o mais importante é travar injeções [financeiras] para a Lone Star, travar os bónus no Novo Banco e proteger o erário público", declarou a coordenadora do Bloco de Esquerda.

Questionada se tem indicações de que o ministro de Estado e das Finanças não vai continuar no Governo após a discussão e votação do Orçamento Suplementar na Assembleia da República, Catarina Martins respondeu: "Julgo que devem fazer essa pergunta ao Governo".

Considero lamentáveis as declarações de que o primeiro-ministro seria irresponsável por pretender uma auditoria antes de se injetar mais dinheiro na Lone Star. Irresponsável, seguramente, é continuar a injetar dinheiro num acionista privado do Novo Banco, que faz o que bem lhe apetece e não presta contas ao país", contrapôs.

Sobre a questão da transferência de 850 milhões de euros do Estado para o fundo de resolução, tendo em vista a recapitalização do Novo Banco - tema várias vezes levantado pelo Bloco de Esquerda no parlamento -, Catarina Martins considerou que, "no enredo" entre o primeiro-ministro e o ministro das Finanças, "é desadequado que se multipliquem os pedidos de desculpa sobre falhas de comunicação" no Governo.

Mas não há pedidos de desculpa sobre o grave erro de se entregar mais dinheiro à Lone Star sem uma auditoria. O Bloco de Esquerda sempre se opôs aos termos do contrato e às injeções financeiras no Novo Banco. Dissemos que corríamos o risco de colocar dinheiro para favorecer um acionista privado, com as suas manobras para usar o máximo da garantia pública", frisou.

Ora, segundo Catarina Martins, o primeiro-ministro acabou por "dar razão" ao Bloco de Esquerda, "dizendo que era preciso uma auditoria e que não podia existir mais injeções financeiras sem o resultado dessa mesma auditoria".

Depois, o ministro das Finanças veio dizer que querer a auditoria antes da injeção financeira seria irresponsável. Mas irresponsável é dar 3,9 mil milhões de euros dos contribuintes portugueses à Lone Star", insistiu.

BE quer programa nacional "forte e coerente"

Catarina Martins, considerou urgente a existência de um programa nacional que seja "forte" e "coerente" de apoios sociais aos cidadãos que perderam empregos e rendimentos com a pandemia de Covid-19.

Esta exigência de Catarina Martins foi deixada na sequência da audiência com o primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, sobre a segunda fase de desconfinamento de atividades económicas e sociais no atual quadro de pandemia de covid-19.

Perante casos de pobreza registados em Portugal, a coordenadora bloquista apontou que as autarquias "têm uma resposta que não é igual em todo o país".

Entendemos que é preciso uma força de resposta de emergência coerente em todo o país. A nenhuma família pode faltar os bens essenciais", reforçou Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu ainda que o apoio às famílias que optam por não deixar os seus filhos nas creches deve prolongar-se para além do fim deste mês.

Isso permitiria diminuir o número de crianças nas creches, tendo grupos mais pequenos de acordo com as orientações da Direção Geral da Saúde. Por outro lado, o Bloco de Esquerda entende que há uma necessidade forte de se aumentarem os apoios sociais", disse.

Catarina Martins salientou neste ponto que 60% dos trabalhadores já perdeu rendimento e, em alguns casos, registou-se uma perda total de rendimentos.

São as gerações mais jovens, as gerações mais precárias, que estão as sofrer mais", advertiu.

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