Governo é um "fala-barato que vende tudo" - TVI

Governo é um "fala-barato que vende tudo"

Catarina Martins [Lusa]

Porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, quer que a tutela pare com as privatizações no setor dos resíduos e dos transportes

A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, acusa o Governo de ser um "fala-barato que vende tudo", instando a tutela a parar com as privatizações no setor dos resíduos e dos transportes. Críticas que surgem depois de o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, se ter comparado a uma personagem de Tintim que se tornou célebre por vender qualquer coisa em pleno deserto.

"Paulo Portas gabava-se de ser uma personagem cómica do Tintim, Oliveira da Figueira, que é utilizada para ridicularizar os portugueses como um fala-barato que vende tudo. É muito trágico quando o governo português é um governo de fala baratos."


Catarina Martins falava aos jornalistas, ao final desta manhã, à porta da empresa de resíduos Valorsul, após uma visita às instalações da central de incineração localizada em São João da Talha, Loures.

"A Valorsul é uma empresa que tem uma situação financeira tão estável e que o Governo quer agora vender por tuta e meia.".


Em causa está o processo de alienação de 100% do capital estatal da Empresa Geral de Fomento (EGF), responsável pela recolha, transporte, tratamento e valorização de resíduos urbanos, através de 11 sistemas multimunicipais de norte a sul do país, entre elas a Valorsul. Estas empresas têm como acionistas a estatal Águas de Portugal (51%) e os municípios (49%).

A Valorsul, situada no concelho de Loures, é responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos sólidos urbanos de 19 municípios da Área Metropolitana de Lisboa e da zona Oeste.

Durante a visita às instalações, João Figueiredo, do conselho de administração da Valorsul, assegurou à líder do BE que a privatização da EGF não irá "afetar o normal funcionamento" da empresa, nem "diminuir a qualidade do serviço".

Também em declarações aos jornalistas, a porta-voz do BE acusou o Governo de "mascarar" as estatísticas do desemprego, referindo que o que importa é olhar para o "mundo real".

"As estatísticas do Governo em Portugal são estatísticas que mascaram o que está a acontecer ao país. Um país que não tenha emprego e salários dignos, mesmo que nos digam que está a crescer, é permitir o enriquecimento de uns poucos à conta de muitos."


Catarina Martins comentava desta forma uma estatística divulgada esta terça-feira pelo Eurostat que refere que a taxa de desemprego na Zona Euro foi, em julho, de 10,9%, tendo Portugal registado a quarta maior queda.

"Um Governo que se congratula com esta realidade é um Governo só de irresponsabilidade. De facto o que está a permitir é o enriquecimento de uns poucos à conta de muitos."

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