«Governo pagou 126 milhões às empresas para não contratarem» - TVI

«Governo pagou 126 milhões às empresas para não contratarem»

Catarina Martins [Foto: Lusa]

Bloco de Esquerda insiste em saber do «malabarismo» do Governo para criar «falso emprego»

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A coordenadora do BE insistiu hoje em saber mais sobre o «malabarismo» do Governo da maioria PSD/CDS-PP relativo aos dados sobre o desemprego, acusando o executivo de gastar 126 milhões de euros para ocupar pessoas sem os respetivos direitos.

«Bem pode o primeiro-ministro falar dos números do Instituto Nacional de Estatística (INE) ou do Eurostat (gabinete de estatísticas da União Europeia) porque o que nós precisamos de saber é qual o malabarismo que o Governo anda a fazer. Quem aqui vive sabe como o desemprego continua a ser uma chaga social», afirmou Catarina Martins, num almoço no Clube Desportivo de Portugal do Vale da Amoreira, Baixa da Banheira.

Passos Coelho tinha afirmado na véspera a sua confiança nos números do INE, Eurostat e Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), apesar de reconhecer que são ainda elevados, depois de o outro coordenador bloquista, João Semedo, anunciar uma resolução no Parlamento para pedir ao Tribunal de Contas uma auditoria à situação.

«Quando olhamos com cuidado para os números do IEFP, percebemos por que o primeiro-ministro fica tão incomodado quando o BE pergunta sobre as políticas de emprego e a taxa de desemprego. Vemos que o Governo entregou 126 milhões de euros às empresas, não para que fosse criado emprego, não para que houvesse trabalho com direitos para quem vive em Portugal, mas para pôr 170 mil pessoas na situação da maior precaridade a ocupar postos de trabalho sem direitos iguais a todos os trabalhadores», continuou Catarina Martins.

A deputada do BE acusou o Governo liderado por Passos Coelho e Paulo Portas de, «com o dinheiro de todo o país, pagar às empresas para que não contratem», adiantando que «seis em cada dez dos novos empregos que o Governo anuncia foram financiados com dinheiro público».

«Um país deve ter políticas ativas de emprego, mas o dinheiro de todos nós deve servir para que as pessoas tenham postos de trabalho e não para que sejam abusadas, continuem no desemprego e tenham de ocupar funções sem o mínimo de direitos, nem sequer salário», sublinhou a deputada bloquista.
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