A candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda reiterou a intenção de ir a votos e disse estar certa de que, se passar à segunda volta, todos os candidatos se unirão em torno da sua candidatura para "derrotar o candidato da direita".
"Se não for eu a passar, o mesmo acontecerá em relação ao candidato ou à candidata da esquerda que passar. Aí todos os candidatos da esquerda, numa lógica de reciprocidade - temos que ser uns para os outros - se unirão para derrotar a candidatura da direita", declarou.
A candidata falava aos jornalistas após entregar no Tribunal Constitucional, Lisboa, cerca de 12 mil assinaturas para formalizar a sua candidatura às eleições de 24 de janeiro.
Acompanhada pelo mandatário nacional, o ator António Capelo, e pelo deputado José Manuel Pureza, Marisa Matias estabeleceu como objetivo da sua candidatura promover um "virar de página do sacrifício que foi imposto pelas elites e dar a voz e pôr em diálogo os setores da sociedade que têm sido muito esquecidos".
Questionada sobre qual a expetativa sobre a avaliação que a `troika´ fará sobre a situação das finanças públicas portuguesas, que ocorrerá após as presidenciais, Marisa Matias afirmou ter "confiança nas instituições" e recusou "imiscuir-se nos trabalhos que dizem respeito a outros órgãos de soberania".
"Penso que em Portugal se iniciou um novo ciclo de esperança, a chantagem e o medo já não ganham o terreno todo. É no espírito de começar a quebrar o espírito de empobrecimento que nós nos encontramos e estou certa que esse caminho vai ter continuidade", disse.
Sobre a situação do Banif, a candidata reiterou ainda as críticas ao anterior governo, afirmando que o executivo de Passos Coelho "preferiu empurrar o problema com a barriga" e "enterrar 1.100 milhões de euros" no banco e não resolveu o problema.
A candidata defendeu que é preciso garantir que "não se volta a envolver contribuintes" na recapitalização da banca e manifestou-se convicta de que "o problema começará a ser resolvido" sem prejudicar contribuintes e depositantes.