Evo Morales: Portugal lamenta incómodo mas não pede desculpa - TVI

Evo Morales: Portugal lamenta incómodo mas não pede desculpa

Evo Morales (REUTERS)

Ministério dos Negócios Estrangeiros não esclarece se haverá um pedido de desculpas formal ao presidente da Bolívia, impedido de aterrar em Lisboa

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O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) reiterou esta sexta-feira que «lamenta qualquer incómodo» causado ao Presidente da Bolívia, mas não esclareceu se haverá um pedido de desculpas formal por causa do incidente com o avião de Evo Morales.

Os presidentes dos seis países-membros da União das Nações da América do Sul (Unasul) exigiram na quinta-feira que Espanha, Portugal, França e Itália peçam desculpas públicas pela recusa em autorizar o sobrevoo e/ou a aterragem do avião do Presidente Evo Morales na terça-feira.

O presidente boliviano, que regressava a casa após uma viagem à Rússia, foi assim obrigado a uma escala forçada de 13 horas em Viena, tendo partido na quarta-feira rumo à capital boliviana, com escalas nas ilhas espanholas das Canárias e no Brasil.

«Portugal sempre manteve a autorização de sobrevoo do seu território e, como foi referido desde o início, lamenta qualquer incómodo junto do Presidente Evo Morales», disse numa declaração escrita enviada à agência Lusa, o porta-voz do MNE, Miguel Guedes, escusando-se a esclarecer se tal significa que Portugal irá pedir desculpas formais às autoridades bolivianas como exige a Unasul.

Miguel Guedes sublinhou ainda que «Portugal tem uma política de comprovada e reforçada amizade» com a América Latina e com os países da Unasul.

Em comunicado anterior, o MNE adiantava que o avião do Presidente Evo Morales tinha sido autorizado a aterrar e reabastecer em Lisboa, no dia 30 de junho, quando se dirigia de La Paz para Moscovo e que a 1 de julho, às 16:28, Portugal comunicou às autoridades da Bolívia que a autorização de sobrevoo e aterragem, solicitada para o percurso de regresso Moscovo/La Paz, «estava cancelada por considerações técnicas».

Perante o pedido de esclarecimento das autoridades bolivianas, foi concedida autorização de sobrevoo depois das 21:10, mantendo-se a proibição de aterragem, ainda segundo o mesmo comunicado.

Na terça-feira, Portugal, França, Espanha e Itália recusaram o sobrevoo ou aterragem nos seus territórios do avião presidencial boliviano, que regressava de Moscovo a La Paz, devido a suspeitas de que o ex-consultor da CIA Edward Snowden, acusado de espionagem pelos Estados Unidos, estaria a bordo.

Miguel Guedes disse sobre este assunto que «Portugal não interfere na posição de cada país sobre o caso Snowden», sem clarificar.
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