PS acusa Governo de «preparar um inverno científico» - TVI

PS acusa Governo de «preparar um inverno científico»

Carlos Zorrinho (PS)

Carlos Zorrinho defendeu as políticas públicas em investigação seguidas pelos executivos liderados por Sócrates

O dirigente socialista Carlos Zorrinho acusou esta quinta-feira o Governo de estar a preparar um «inverno científico» em Portugal ao reduzir o número e o valor das bolsas atribuídas para doutoramentos e para investigação em ciência.

Carlos Zorrinho falava aos jornalistas a meio de uma reunião do Grupo Parlamentar do PS, após serem conhecidos os resultados gerais das candidaturas a bolsas de doutoramento e pós-doutoramento atribuídas pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Dos 3.416 candidatos para bolsas de doutoramento, só 298 terão recebido a bolsa e, no caso dos pós-doutoramentos, só 233 cientistas receberam bolsas entre 2.305 candidaturas.

Perante estes dados, o ex-secretário de Estado socialista acusou o Governo de pôr em curso na ciência «uma ação metódica e politicamente comandada», tendo como base «uma visão de um Portugal pobre, desqualificado e que compete por baixos salários».

«Essa política do Governo enuncia a desistência de um país competitivo, capaz de criar valor acrescentado e de se colocar na primeira linha tecnológica em alguns setores. Podemos estar a preparar um inverno científico em Portugal, o que é absolutamente inaceitável», salientou Carlos Zorrinho.

De acordo com o dirigente do PS, o atual Governo «usa uma artimanha» política quando corta nas bolsas para doutoramentos e investigação.

«Quando se corta nos salários, nota-se logo no mês seguinte. Quando se corta na ciência, nota-se só daqui a quatro, cinco ou seis anos, mas depois é muito difícil recuperar», advertiu.

Nas suas declarações aos jornalistas, Carlos Zorrinho fez também a defesa das políticas públicas em investigação e desenvolvimento seguidas pelos executivos liderados por José Sócrates.

«Entre 2005 e 2010, as políticas públicas e sobretudo as empresas fizeram um enorme esforço para aumentar o investimento em investigação e desenvolvimento, tendo passado de 0,7 do Produto Interno Bruto para 1,5 por cento. Quando hoje ficamos muito satisfeitos por ver que cientistas portugueses são premiados e participam em projetos de investigação de grande importância mundial, isso é resultado do investimento que fizemos há quatro ou cinco anos», sustentou o ex-líder parlamentar do PS.
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