No distrito de Bragança, rodeado por agricultores, Paulo Rangel veio esta segunda-feira povoar a Casa do Lavrador de personagens de ficção para dar conta da «dura realidade» do país e sobretudo do nordeste transmontano.
Depois de ouvir as queixas dos agricultores, o candidato do PSD decidiu vestir a pele de Robin dos Bosques para defender os agricultores da «opressão fiscal» do Xerife de Nottingham, uma personagem que cabe ao Governo, garante Rangel. «Tira rendimento aos agricultores e ainda cria impostos, que aumentaram, em alguns casos, mais de 5%», frisa o social-democrata, acusando o Executivo de ser «avarento».
«É uma espécie de Tio Patinhas, que não quer gastar dinheiro com os agricultores», um sector estratégico para a defesa nacional, assim classificado pelo Partido Popular Europeu [família política à qual cabe o PSD], sublinha o candidato às eleições europeias, que prometeu ao auditório representar em Bruxelas os distritos de Bragança e Vila Real.
Na «rede de autarquias» que Rangel quer levar para a Europa - ligando cada candidato eleito a distritos do país e às suas preocupações -, o social-democrata pretende acumular o distrito do Porto com a região de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Os aplausos foram espontâneos porque os agricultores estão numa situação «dramática» com um dos presentes a dizer que em pouco tempo, e com as «fileiras a não serem sustentáveis» sem subsídios, Bragança corre o risco de se transformar «num campo de índios para fazer filmes de cowboys».
As preocupações são muitas e as críticas ao Governo não param: desde a demora na atribuição de subsídios até à fiscalização repetida, Rangel concorda com todas e repete - Sócrates «anda a extorquir dinheiro aos agricultores».
Rangel transforma-se em Robin dos Bosques
- Judite França
- 1 jun 2009, 12:43
E o Governo é o Xerife de Nottingham, que «oprime fiscalmente os agricultores»
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