Marcelo diz-se "otimista" e Costa vê CPLP "mais forte" - TVI

Marcelo diz-se "otimista" e Costa vê CPLP "mais forte"

  • 17 jul 2018, 18:46
Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República lembra que até "países como o Reino Unido e a França querem ser observadores". Primeiro-ministro considera que organização sairá "mais forte" da cimeira em Cabo Verde.

O Presidente de Portugal afirmou esta terça-feira que atualmente "é mais fácil ser-se otimista" quanto à CPLP e o primeiro-ministro português considerou que a organização sairá "mais forte" da cimeira da ilha do Sal, em Cabo Verde.

Em declarações aos jornalistas, num hotel em Santa Maria, na ilha do Sal, onde hoje à tarde terá início a XII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, tanto Marcelo Rebelo de Sousa como António Costa salientaram o facto de países como o Reino Unido e a França pedirem o estatuto de observadores desta comunidade.

O facto de haver um número crescente de países e organizações internacionais que se querem juntar como observadores à CPLP demonstra bem como esta plataforma tem vindo a ganhar uma importância global muito grande", disse o primeiro-ministro, António Costa.

Por sua vez, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que "não é de mais falar nisso, de países como o Reino Unido e a França quererem ser observadores".

Eles que são ou foram as cabeças de comunidades linguísticas fortes. É significativo. Quer dizer que outros países muito importantes no mundo estão atentos e querem estar ligados à CPLP. Isso é bom", acrescentou.

"Fácil ser-se otimista"

Questionado sobre o que espera desta cimeira, o chefe de Estado português respondeu: "Eu na cimeira de Brasília [em novembro de 2016] fui otimista, e naquela altura era difícil ser-se otimista, porque o panorama mundial, o panorama mesmo no quadro da CPLP não era muito fácil".

Hoje é mais fácil ser-se otimista, porque foram dados passos positivos, países a países, no sentido da convergência, do diálogo, da aproximação", defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.

Nesta XXII Cimeira, que decorre até quarta-feira, em Cabo Verde, vai ser eleito o Secretário Executivo da CPLP para o biénio 2019-2020, cargo ao qual Portugal apresenta como candidato o embaixador Francisco Ribeiro Telles, para suceder à são-tomense Maria do Carmo Silveira, cujo mandato termina no final deste ano.

Segundo o chefe de Estado português, esta cimeira "calha numa altura boa, com uma presidência importante" e "com ideias muito claras e que são fazíveis, quanto às pessoas, quanto à cultura, quanto à abertura ao mundo".

Esperemos, também, que com o contributo do secretário executivo, a vir a ser eleito", mencionou, concluindo: "Vamos ver se estas expectativas são concretizadas".

O primeiro-ministro português, António Costa, também elogiou "a agenda que foi proposta pela presidência cabo-verdiana", referindo que se foca no que "é o mais importante, que são os cidadãos da CPLP", mas também "nos grandes desafios globais, como os oceanos".

Tenho a convicção de que depois desta cimeira teremos uma CPLP mais forte, mais empenhada na contribuição para a resolução dos problemas globais, mas, simultaneamente, também mais focada nos interesses dos cidadãos, na proteção dos seus cidadãos, seja no reconhecimento de diplomas, seja no percurso para a mobilidade", afirmou.

António Costa destacou a "representação ao mais alto nível" dos vários Estados-membros nesta cimeira, "o que já não acontecia há muito tempo" e que, no seu entender, "revela um grande empenho de todos os países da CPLP".

Criada há 22 anos, a CPLP tem atualmente nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial - cuja adesão, em 2014, criou polémica.

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