Portugal triplica militares no Afeganistão - TVI

Portugal triplica militares no Afeganistão

Ministro da Defesa visitou os militares portugueses no Afeganistão - Foto Lusa, Mário Cruz

Contingente parte em meados de Abril

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A presença militar portuguesa no Afeganistão vai ser reforçada até meados de Abril, passando a ser constituída por cerca de uma centena de homens, anunciou esta quinta-feira o Comandante da Brigada de Intervenção, noticia a Lusa.

O Major General Martins Ferreira participou esta quinta-feira, em Chaves, no exercício final «Kabul 091», de aprontamento antes da partida para o Afeganistão de um grupo de 30 militares oriundos dos três ramos das Forças Armadas.

O comandante afirmou que, por decisão governamental, a presença militar portuguesa no Afeganistão vai ser reforçada até meados de Abril.

Segundo o responsável, para aquele teatro de operações partem duas equipas de monitorização e uma outra de apoio, triplicando o número de militares dos actuais cerca de 30 para uma centena.

Também esta quinta-feira em Chaves, Martins Ferreira entregou o estandarte nacional ao comandante da 3ª OMTL (Operational Mentor Liaision Team) de Guarnição.

Demonstração

Os trinta militares, 29 homens e uma mulher, que constituem a 3ª OMTL efectuaram também uma demonstração de capacidades.

Nos terrenos de treino do Regimento de Infantaria 19 (RI19), os militares efectuaram uma demonstração de reacção ao serem confrontados com uma situação de ataque numa deslocação entre bases, bem como das capacidades de transmissões.

Segundo o comandante da brigada, o Tenente Coronel Costa Santos, a 3ª OMTL vai assessorar o Exército Nacional Afegão (ANA), treinar, ensinar e servir de mentor às unidades da ANA e, quando solicitado, apoiar o planeamento e emprego operacional do exército afegão.

O objectivo é facilitar o desenvolvimento de um ANA «competente, profissional e auto-suficiente».

«Concretamente a 3ª OMLT vai estar junto do comandante de uma guarnição militar do exército do Afeganistão e os elementos que levo sob o meu comando vão assessorar elementos do Estado-Maior dessa guarnição. Eu vou trabalhar directamente com o comandante e cada um dos elementos que levo vai mentorar a sua contra-parte no exército afegão», explicou Costa Santos.

Como principais limitações que os operacionais vão encontrar no terreno, o comandante destacou a necessidade de utilizar um tradutor para o diálogo com os militares afegãos, o reduzido potencial de fogo e o facto de não estarem equipados nem preparados para executarem operações de combate ofensivas.

Os portugueses tiveram formação ainda em armamento e tiro, transmissões, língua inglesa e treino físico.

«Perigo é sempre relativo»

Portugal participa com uma OMLT de Guarnição para apoio à formação do exército afegão desde Maio de 2008, com períodos de rendição de seis meses e até ser determinada a sua desactivação.

No Afeganistão, os militares vão encontrar um país com um clima e espaço geográfico completamento diferente de Portugal, onde as temperaturas atingem os 50 graus positivos no Verão e os 20 negativos no Inverno.

O país chefiado por Hamid Karzai é também um dos maiores produtores mundiais de ópio, uma actividade estreitamente ligada aos guerrilheiros terroristas.

«O perigo é sempre relativo. O perigo existe na nossa vida, no dia a dia. Certamente que é uma operação militar e tem riscos como tem toda a profissão militar. Estamos preparados para o enfrentar e evitar», frisou Costa Santos.
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