CDS-PP: "Erro de perceção mútua" de Centeno ficará "para história" - TVI

CDS-PP: "Erro de perceção mútua" de Centeno ficará "para história"

Mário Centeno foi ao Parlamento mas perante os deputados da Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, recusou [até esta hora] qualquer comentário sobre a polémica em torno da Caixa

O ministro das Finanças. Mário Centeno, foi para o Parlamento munido de um défice, de 2016, não superior a 2,1% [uma novidade melhor que as anteriores já reveladas] para se defender numa comissão que, apesar de não ser sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), se esperava que ainda tivesse várias minas por desativar por parte da direita. PSD e CDS-PP queriam saber mais e a expressão "erro de perceção mútua" foi recordada pela oposição.

Miguel Leitão Amaro, deputado do PSD, logo no início da audição, tentou voltar ao tema das mensagens escritas de telemóvel e emails trocados, entre o ex-presidente da CGD, António Domingues e o ministro. Acusando, o Governo e os partidos que o apoiam de  “enorme falta de transparência”, o social-democrata disse que não se referia só a esta troca de mensagens mas também aos prejuízos do banco público, que quis saber quais eram. Leitão Amaro levantou também questões em relação emissão de dívida na CGD e sobre os juros que serão pagos.

Centeno ficou em silêncio, tinha a "munição do crescimento económico" para o contra ataque, e em silêncio voltaria a ficar quando, em tom provocatório, quase duas horas depois, Cecília Meireles, do CDS-PP, acusou o ministro de ter criado "um regime de exceção" mas não o ter feito sozinho, referindo-se ao PCP e do Bloco de Esquerda. "Tem esta companhia na criação da exceção”, atirou.

E foi com acusações, sobre a falta de credibilidade dos números do crescimento apresentados pelo ministro, que a deputada do CDS-PP acabou por fazer referência ao tema das mensagens entre Domingues e Centeno. Para Cecília Meireles o "erro de perceção mútua" de Centeno ficará para a história da política: “A menos que haja aqui um erro de perceção mútua, o que há é que os resultados do primeiro ano do Governo são medíocres, são pouco mais de metade" [do previsto por Centeno].

A deputada desafiou ainda Centeno a voltar ao tema António Domingues, para tentar recuperar um pouco da "credibilidade" que entende que o ministro perdeu. Mas do lado de Centeno, nem uma palavra.

Emissão de dívida da Caixa  em março

Sobre o plano, em concreto, de recapitalização da Caixa, foi já na resposta à pergunta da deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, que Centeno passou a palavra ao seu secretário para que concretizasse alguns detalhes.

Mourinho Félix disse que a Inspeção-Geral de Finanças nunca pediu os relatórios trimestrais da comissão de auditoria da Caixa — esta terça-feira, o Inspetor-Geral revelou que esses relatórios tinham deixado de ser enviados com o atual Governo — mas adiantou que ia apurar o que se passava, apesar de competir à CGD enviá-los.

Quando ao processo de recapitalização "está a ser concluído" e estão a ser apuradas as imparidades, assegurou Mourinho Félix.

Acrescentando ainda que há investidores privados interessados na emissão de divida subordinada e que a operação deverá ser realizada em março, mas que o processo está a cargo do banco público.

Já no que toca à auditoria forense, que incidirá sobre os procedimentos na aprovação do crédito e não sobre as contas, exige informação confidencial e o Banco de Portugal está a analisar como poderá decorrer o processo.

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