Ricardo Salgado mantém medalha de mérito que PS queria retirar - TVI

Ricardo Salgado mantém medalha de mérito que PS queria retirar

Ricardo Salgado regressa ao Parlamento (MÁRIO CRUZ/LUSA)

Câmara de Cascais, liderada pelo PSD e CDS-PP, recusou proposta de um vereador socialista

A Câmara de Cascais, liderada pelo PSD e pelo CDS-PP, chumbou esta segunda-feira a proposta apresentada pelo vereador do PS Alexandre Sargento para retirar a medalha de mérito empresarial atribuída pelo município ao ex-presidente do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado.

A proposta, discutida hoje em reunião de câmara, foi rejeitada com os votos contra da maioria, da vereadora independente Isabel Magalhães e do vereador do PS João Cordeiro. Apenas o proponente, a vereadora socialista Teresa Gago e o vereador da CDU Clemente Alves votaram favoravelmente, indica a Lusa.

Para o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, a iniciativa do vereador Alexandre Sargento «não é mais do que uma tentativa de obter alguma notoriedade e de se posicionar internamente no Partido Socialista de Cascais, cuja liderança contesta e de que é oposição interna».

Carlos Carreiras considerou ainda «mais estranha» a posição de Alexandre Sargento, porque «votou favoravelmente a atribuição da medalha em 1999, quando era vereador da maioria socialista liderada pelo presidente José Luís Judas». E continuou a argumentar:

«Não se conhece, até ao momento, nenhuma decisão, do foro judicial ou parlamentar, que condene o cidadão Ricardo Salgado». «A democracia tem regras. A justiça tem regras. A proposta com que hoje o senhor vereador nos confronta fere uma série de princípios fundamentais do Estado de Direito: mata a presunção de inocência, não comprova factos, não dá hipótese de defesa».


Já o vereador do PS Alexandre Sargento reiterou, em declarações à agência Lusa, que «o mérito empresarial de Ricardo Salgado deveria ser retirado». «Contudo, respeito democraticamente a decisão dos eleitos da câmara».

Recorde-se que o BES apresentou elevados prejuízos em julho de 2014 e foi dividido em dois, banco tóxico e Novo Banco, com a resolução do Banco de Portugal. Nos últimos quatro meses, Ricardo Salgado esteve presente na comissão parlamentar de inquérito ao BES por duas vezes
 
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