E, por fim, fala-se em Sócrates na terra da família de Passos - TVI

E, por fim, fala-se em Sócrates na terra da família de Passos

Ao segundo dia de campanha oficial, já com a caravana socialista na estrada há vários dias, é Ascenso Simões quem toca no nome que todos, até aqui, se esforçaram por não pronunciar

Há quem diga que não há coincidências. Ou então são as ironias da vida. Falou-se, finalmente, no nome tabu que tem marcado os últimos meses socialistas e, nomeadamente, a pré-campanha e campanha eleitorais.

Ao segundo dia oficial desta maratona até às legislativas do dia 4 de outubro, foi Ascenso Simões, o cabeça de lista por Vila Real e ex-diretor de campanha, quem lembrou José Sócrates. E ainda António Guterres. 


"Foi nestes tempos de Guterres e Sócrates que o nosso distrito mais investimento teve e foi nestes mandatos que nós conseguimos ligar-nos ao litoral e ter novas condições de vida", começou por recordar. Para carregar na nostalgia a seguir:

"Os cidadãos do distrito de Vila Real não se esquecem de quem nos ajudou, de quem esteve ao nosso lado. Estão sempre presentes nas nossas lutas e estão sempre presentes nos nossos corações"

Precisamente antes de Ascenso Simões, tinha falado Augusto Santos Silva, a primeira grande figura socialista, que não é candidata a nada, a discursar nesta campanha ao lado de Costa. Nem ele, que foi ministro do ex-chefe de Governo, recordou a herança e os feitos de Sócrates, que se encontra em prisão domiciliária com vigilância policial, no âmbito da operação Marquês.

As referências que foram sendo feitas em relação ao anterior governo socialista, por vários autarcas, cabeças de lista e presidentes das federações distritais, foram sempre precisamente nessas palavras. Glorificou-se o investimento feito, a obra realizada, sem nunca tocar em quem por ela deu a cara entre 2005 e 2009.

Ascenso Simões fê-lo e anunciou também que esta será a sua última campanha eleitoral, E ainda acusou Passos Coelho de traição.

"Passados quatro anos, esse cabeça de lista do nosso distrito, que é ainda primeiro-ministro, fez em primeiro lugar uma traição aos transmontanos já que foi não ser candidato aqui em Vila Real como devia. Mas fez também uma traição aos portugueses porque tudo o que prometeu não cumpriu, e é por não ter cumprido que no dia 4 de outubro nós vamos pô-lo na rua porque é esse o local onde deve estar", atirou. 

Sempre que Passos e Portas foram referidos, as centenas de pessoas que assistiam ao comício no Largo da Capela Nova, no centro de Vila Real, soltavam apupos contra o primeiro-ministro e o vice-primeiro-ministro. 

"Queremos continuar a ter as nossas galinhas, queremos continuar a ter os nossos coelhos, mesmo que o Coelho não nos ligue nenhuma", soltou ainda Ascenso Simões, depois de ter tecido, também, críticas a Assunção Cristas: "Diz ainda que há muita gente que diz que a ministra da Agricultura é muito simpática. Pode ser muito simática, sim, mas para ser ministra da agricultura tem de perceber alguma coisa de agricultura".

 
Continue a ler esta notícia